Foto: Antônio Cruz – Parahybano
Opinião – Padre Marcos Paulo Pinalli da Costa
“Águas de março” é uma canção de Tom Jobim considerada na Itália como uma das mais belas da Bossa Nova. Como dizem os italianos: “considerata una delle più belle canzoni brasiliane di sempre”. Nesta música ouvimos “São as águas de março fechando verão é promessa de vida no meu coração”.
Esta canção traz em si algumas palavras chaves: madeira, fim da canseira e promessa de vida. Realmente, no mês de março deste ano celebramos São José, no dia 19 e; no dia seguinte, dia 20, iniciaremos a semana santa, celebrando o domingo de ramos. São José era carpinteiro e trabalhava com madeira. Que seja o “fim da canseira”, um basta à intolerância, ao desemprego, à violência, à corrupção, à dengue, zika e chicungunha. Que venham chuvas de bênçãos sobre nós.
Então, ouvindo esta música, resolvi usá-la para fazer referência à nossa fé católica e escrever este texto. Recordo do meu pai que sempre esperou a chamada chuva de São José (19 de março) para plantar o milho e o feijão e colhê-los exatamente por ocasião da festa de São João. Chovendo bem, o tempo para a colheita após o plantio é de três meses, ou seja, para aquelas pequenas sementes (de milho e feijão) se transformarem em fruto.
Nosso Senhor Jesus Cristo é o “Fruto Bendito” que nasceu de Maria Virgem e morreu exatamente pregado numa cruz de madeira, mas três dias depois ressuscitou. Para muitos a morte é o “fim do caminho” como está na canção de Tom Jobim, mas para os que cremos, o túmulo não foi o fim, com a ressurreição se cumpriu a “promessa de vida” no meu e no seu coração.
Em março, fecharemos o verão com a maior festa para nós cristãos, a festa do Senhor do Bonfim, a Solenidade da Páscoa. Aproveitemos mais um março, mês das chuvas para nos lavarmos nas águas da misericórdia pelo sacramento da reconciliação e penitência (confissão) e pedindo perdão de nossos pecados. Águas de março, promessa de vida! Cristo Ressuscitou! Feliz Páscoa!
Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa é pároco em São João da Barra, diocese de Campos – RJ e mestrando em direito canônico.
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