O município de São João da Barra já registrou pacientes infectados por quatro variantes, dentre elas a Delta, considerada a mais letal. Na sequência temporal os achados apontaram a circulação, em São João da Barra, das variantes P.1 (Brasil-Manaus); P.1.2; B.1.1.7 (Reino Unido) e B.1.617.2 (Índia), sendo a última detectada na última semana.

Segundo informações da Prefeitura de São João da Barra, os pacientes identificados tiveram evolução com sintomas leves, que não indicaram a necessidade de internação, e já estão recuperados.

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– A Secretaria de Estado de Saúde, em parceria com a UFRJ, vem realizando, desde maio de 2021, análises aleatórias das amostras de nasofaringe colhidas para exames de Covid -, destacou a prefeitura.

Não há restrição à circulação entre municípios e estados, sendo aplicados os critérios de identificação de casos suspeitos e acompanhamento em isolamento. A prefeitura segue conscientizando para a importância das medidas de proteção individual, que devem ser adotadas por todos em todas as situações de convívio coletivo, independente de envolver deslocamentos para outros municípios.

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São João da Barra tem sete pacientes internados no Hospital de Campanha, sendo cinco em leitos de UTI, segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde divulgado na noite desta terça-feira, 3. Há 89 casos suspeitos aguardando resultados de exames. Desde o início da pandemia são 4.653 testes positivos de Covid-19, 162 óbitos e 4.086 pacientes recuperados.

Variantes

B.1.617: A variante B.1.617, identificada na Índia no final de 2020, é a quarta a ser designada pela OMS como sendo de preocupação global, já tendo sido detectada em diversos países (figura 7). A variante B.1.617 contém três sub-linhagens (B.1.617.1; B.1.617.2 e B.1.617.3), que diferem entre si por mutações potencialmente relevantes, localizadas na proteína S, assim como na prevalência de detecção global. Esta variante apesar de apresentar mais de uma dúzia de mutações, é conhecida como de “mutante duplo” por causa de duas mutações proeminentes: E484Q e L452R. Análises preliminares conduzidas pela OMS identificaram que as variantes B.1.617.1 e B.1.617.2 têm uma taxa de crescimento substancialmente maior do que outras variantes circulantes na Índia, sugerindo potencial aumento da sua transmissibilidade. O impacto potencial da linhagem B.1.617 sobre a eficácia de vacinas ou tratamentos, ou riscos de reinfecção, permanecem incertos. Estudos laboratoriais preliminares, ainda não revisados por pares, mostram uma discreta redução da neutralização por anticorpos, sugerindo que o impacto desta variante na efetividade das vacinas no mundo real deva ser limitado.

P.1: A variante conhecida como 20J/501Y.V3, da linhagem P.1, é
considerada um desdobramento da linhagem B.1.1.28. A variante contém como principais mutações de interesse no sítio de ligação do receptor RBD a K417T, a E484K e a N501Y (figura 5), algumas delas também presentes na variante B.1351, identificada na África do Sul.

B.1.1.7: Este grupo de coronavírus foi identificado no Reino Unido, em
dezembro de 2020, sendo denominado VOC 202012/01. A variante também é conhecida como 20I/501Y.V1, ou simplesmente chamada B.1.1.7. A variante contém a mutação de interesse N501Y no sítio de ligação do receptor RBD (figura 1).

B.1.617.2 Delta

A variante Delta não tem se mostrado mais letal, mas é hoje considerada um dos principais aceleradores da pandemia no mundo, inclusive em países onde a vacinação já está avançada. Um dos principais complicadores para o controle do contágio é que os sintomas são mais facilmente confundidos com os da gripe.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, houve um aumento de mais de 50% no percentual de pacientes com a variante Delta em um período de apenas 10 dias. No boletim divulgado no dia 23 de julho, a Delta respondia por 16,62% dos registros, contra 78,36% da variante Gama. Na análise liberada nesta terça-feira, os números passaram para 26,09% e 66,58%, respectivamente. Ainda de acordo com a Secretaria, a versão apontada como a mais contagiosa da doença já foi identificada em 38 dos 92 municípios fluminenses.