Projeto é desenvolvido pela secretaria de Agricultura utilizando plantas medicinais

DSC_3864Apresentar à população sanjoanense uma alternativa para prevenção e conservação da saúde, conhecendo a biodiversidade local visando uma reflexão sobre o uso correto das ervas e plantas medicinais, valorizando as já existentes em nossa região. Esse é o principal objetivo da Prefeitura de São João da Barra que, através da secretaria de Agricultura, implantou no mês de junho o Projeto Farmácia Viva.

A iniciativa visa resgatar e incentivar a cultura do plantio das ervas medicinais e plantas fitoterápicas com o intuito de doar num prazo de três a quatro meses material para chá e xarope e, até o final do ano, mudas para o plantio em sítios e canteiros domésticos. As doações serão direcionadas à comunidade de um modo geral, principalmente às classes mais carentes.

O secretário de Agricultura, Pedro Nilson Alves Berto, explicou que o projeto está em fase inicial, sendo construídos os primeiros canteiros na Estufa do Horto Municipal localizado entre a sede do município e Atafona. “Os trabalhos consistem inicialmente em buscar junto à comunidade local mudas de ervas e plantas medicinais existentes para que possam ser devidamente identificadas, selecionadas e levadas ao Horto Municipal para multiplicação em viveiros previamente preparados”, disse.

Paralelamente a esta etapa, o engenheiro agrônomo Cláudio Rodrigues Gomes, um dos responsáveis técnicos pelo projeto, realizou recentemente visita técnica a instituições que tenham trabalhos voltados para produção de mudas de ervas e plantas medicinais no Estado do Espírito Santo, com a finalidade de obter informações e troca de experiências objetivando o enriquecimento dos trabalhos, possibilitando ainda a obtenção de sementes e mudas para que possam ser multiplicadas no Horto Municipal.

“Nossa maior preocupação no momento é cuidar bem das mudas dos viveiros até que atinjam condições ideais para serem transplantadas para os canteiros definitivos”, comentou Cláudio, informando que posteriormente a estas etapas serão distribuídas ervas e mudas à comunidade, bem como o atendimento técnico e orientação no preparo de chás às pessoas interessadas somente na aquisição de materiais (folhas, caules, etc).

Segundo Pedro Nilson, este é um trabalho dinâmico, com as atenções sempre voltadas para manutenção e renovação das ervas e plantas medicinais do Horto Municipal para que a população sanjoanense seja sempre atendida quando solicitada.

“Para ampliar ainda mais o projeto, a secretaria de Agricultura desenvolverá junto aos alunos da rede municipal de ensino palestras mostrando a importância do uso correto dessas ervas e a implementação de hortas de plantas medicinais nas escolas estimulando o plantio, a exemplo do Projeto Horta na Escola”, ressaltou o secretário.

A proposta do projeto de produzir, cultivar, manipular e usar as mudas possibilitando o acesso alternativo à cura pelo poder das ervas medicinais é uma atividade de realização contínua e torna-se de grande relevância devido à contribuição para manter o hábito milenar e correto direcionamento do saber popular, no que se refere às plantas medicinais proporcionando uma melhor qualidade de vida para a população.

DSC_3852As plantas medicinais, que têm avaliadas as suas eficiências terapêuticas e a segurança do uso, dentre outros aspectos, estão cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades básicas de saúde em função da facilidade de acesso, do baixo custo e da compatibilidade cultural com as tradições populares. Elas são classificadas como produtos naturais, daí, a lei permite que sejam comercializadas livremente, além de poderem ser cultivadas por aqueles que disponham de condições mínimas necessárias. Por essas razões é que trabalhos de difusão e resgate do conhecimento de plantas medicinais vêm se difundindo cada vez mais, principalmente nas áreas mais carentes.

Embora nas últimas décadas o uso das plantas medicinais tenha sido bastante difundido, o seu potencial poderá ser bem mais explorado. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial faz uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma dor, e, desse total, pelo menos 30% foi por indicação médica. O alto custo de remédios sintéticos associado à resistência dos patógenos dos medicamentos tem contribuído bastante para o aumento da utilização de plantas medicinais.

Entre as ervas que estarão à disposição da população encontram-se: saião, hortelã, arnica, erva Santa Maria, merthiolate, cidreira, boldo do Chile, mil folhas, capim limão, guaco, carqueja, camomila, tansagem, novalgina, insulina, manjericão, cana de macaco, sálvia, alecrim, babosa e tomilho, entre outras.

Fonte: Secom-SJB