Foto: Elder Amaral - Parahybano

Foto: Elder Amaral – Parahybano

Morreu na tarde desta terça-feira, 12, na cidade de Campos dos Goytacazes, o jornalista e escritor de São João da Barra, Carlos Augusto Abreu de Sá, de 79 anos. Ele estava internado no hospital Unimed de Campos dos Goytacazes.

Na semana passada, Carlos Sá recebeu alta e foi para casa, porém, ele passou mal e foi encaminhado de volta para a Unidade de Tratamento Intensiva (UTI), onde foi internado, depois sedado e, na tarde desta terça, ele não resistiu.

Carlos era casado com Germana Maria, onde deixou dois filhos, Gabriella e Rafael, e dois netos, Pedro e Ana. Estudou no Colégio Blandina Melo, Ginásio São Salvador e Liceu de Humanidades, todos em Campos, e se formou em jornalismo pela Facha, no Rio de Janeiro. Fez pós na Escola Superior de Propaganda e Marketing, também no Rio.

Carlos Augusto Abreu de Sá – Carlos AA de Sá – nasceu em 18 de abril de 1938, graduado em jornalismo, poeta, escritor, biógrafo, pintor, participou da edição dos jornais O CARANGUEJO/O SANJOANENSE, na década de 1960. Editou durante 14 anos (1995/2008) o jornal SÃO JOÃO DA BARRA, que em seus primeiros números se chamou SOL GOITACÁ. Em abril de 2009, na cidade de Cambuci/RJ, o jornal recebeu diploma e medalha de o melhor em mídia alternativa do ano pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina – seção Brasil. Fundou e mantém a CASA DE CULTURA ZENRIQUES, na sua casa, com fotos e documentos antigos e variada biblioteca com destaque para a que abriga os autores sanjoanenses. E uma coleção de 121 imagens de S. Francisco de Assis.

Foto: Danilo Barreto - Parahybano

Foto: Danilo Barreto – Parahybano

No último dia 23 de junho de 2015, o jornalista e escritor lançou seu  20º livro na Academia Campista de Letras (ACL) que comemorou seus 76 anos de existência com o lançamento do seu último livro intitulado ‘Crônicas Escolhidas’.

Em entrevista ao jornal Parahybano, Carlos disse que dedicou a nova obra aos meus amigos escritores, destacando a presença da linguagem popular de São João da Barra neste livro.

-É mais um trabalho feito com carinho e amor para os leitores que sempre acompanham minhas obras -, disse.

Triste com a facilidade em que suas crônicas foram levadas em esquecimento pelos leitores dos jornais e revistas que publicava e editorava, Carlos de Sá decidiu reunir as crônicas que jugou ser as melhores que já escreveu e as colocou nesse livro. Na introdução, o escritor afirma: “Nada é eterno, mas reunidas num livro as crônicas devem levar um tempo maior para sumir das mentes dos leitores”. Carlos fez um breve pronunciamento durante a cerimônia agradecendo a oportunidade e o convite para lançar seu livro na Academia e finalizou brincando que ainda consegue escrever mais alguns livros. O que, diga-se de passagem, não vai demorar muito.

O diretor de jornalismo do Parahybano, Elder Amaral, iniciou sua carreira jornalística escrevendo no Jornal São João da Barra em outubro de 2000, onde assinou a coluna social intitulada pelo jornalista Carlos Sá de “Zoando com Elder”. A coluna virou um sucesso nas páginas do jornal sanjoanense.

-Estou muito triste com a notícia do falecimento do meu grande incentivador na carreira jornalística. Quando iniciei a coluna social eu era estudante do Curso de Educação Física e tive total apoio do escritor. Era uma fase de muita dedicação e, Carlos sempre teve muito respeito comigo. Hoje sou formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e sempre contei com suas palavras de orientação. Descanse em paz meu amigo!”, concluiu Elder.

Bibliografia:

– Antologia de Novos Contistas Brasileiros – participei com dois contos – INL/MEC, Rio, 1971

– Canto Tentado, poesia, Bloch, Rio, 1972, patrocinado pelas Indústrias de Bebidas Joaquim Thomaz de Aquino Filho, de São João da Barra/RJ.

– O pai da menina nua, contos, Cátedra, Rio, 1974

– Estórias de desamor, contos, Presença, Rio, 1978

– Profissão: escritor, entrevistas, publicadas originalmente no jornal A Notícia, de Campos, Suplemento Letras &  Problemas, Meridional, Porto alegre/RS, 1978;

– Em todo e qualquer lugar, contos, Shogun Arte, Rio, 1983

– Noite escura como breu – novela, Presença, Rio, 1986

– Anotações de viagem e outros poemas, poesia, Códice, Brasília/DF, 1994

– Zenriques, um jornalista político na província fluminense, biografia, Cultura Goitacá, São João da Barra, 1995

– Porto da Fortuna, romance, Cultura Goitacá, SJB, 1997

– Lourenço das Velhas, romance, Cultura Goitacá, SJB, 1998

– Raíska, contos, Cultura Goitacá, SJB, 2001

– Duas lendas sanjoanenses, poemas novos e antigos, Cultura Goitacá, SJB, 2006

Outros trabalhos:

– Regulamento modelo de circulação viária para países da América Latina, tradução de documentos produzidos no XII Congreso de Carreteras, OEA, in Costa Rica, DNER, Rio, 1976;

– O pedágio como veículo de comunicação, apresentado na 7ª RTT, em Vitória/ES, 1982;

– Osório e o cordel no norte-fluminense, trabalho letivo, Facha, rio, 1983

Inéditos:

– Aventuras de Pombote, infantil

– Parceira fatal, romance policial

– História de amor na ilha, inconcluso

Prêmios literários

  • Menção honrosa com o conto ESTÓRIA DE NUNO ALVES, O MARUJO SEM CORAÇÃO, no III Festival Brasileiro de Literatura, de Teresópolis/RJ.
  • Medalha de prata para POEMA PARA MEU PAI na XI Festa da Inteligência, pela Academia Valenciana de Letras, Valença/RJ, 1970.
  • Menção honrosa para o livro de poesias CANTO TENTADO no Prêmio Fernando Chinaglia II, da União Brasileira de Escritores – UBE, 1970.
  • Vários poemas de CANTO TENTADO, antes de fazerem parte do livro, foram premiados pelo jornal O FLUMINENSE, de Niterói/RJ, em seu concurso mensal, em 1970.
  • Os três primeiros contos do livro RAÍSKA foram premiados no concurso de contos “José Cândido de Carvalho” da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, de Campos dos Goytacazes/RJ, noa anos de 1991/92 e 93.

Outras atividades

* Criou em 2000 a CASA DE CULTURA ZENRIQUES, por seus próprios meios, na rua do Rosário 155, Centro, em São João da Barra/RJ. Além de fotos e documentos históricos, a Casa oferece biblioteca com livros de autores internacionais, nacionais, regionais e locais. É freqüentada por estudantes e pesquisadores.

* Pertence ao Instituto Campista de Literatura, onde ocupa a cadeira nº 12, desde novembro de 1965. É sócio correspondente da Academia Campista de Letras, desde dezembro de 2006.

*  Matriculado como jornalista na Associação Brasileira de Imprensa – ABI, Rio, sob o nº 1.555 e na Associação de Imprensa Campista, carteira nº 07/06.

* A pedido da secretaria municipal de Educação e Cultura de São João da Barra, preparou os originais da obra “HISTÓRIA DO DESCOBRIMENTO E POVOAÇÃO DE SÃO JOÃO DA BARRA” de Fernando José Martins, edição de 1868, promovendo a atualização ortográfica e um pequeno glossário sobre termos usados na época em que foi escrita e uma mini-biografia do autor. O livro foi re-editado pela prefeitura em 2005.

* Proferiu palestras, a convite, sobre a história de São João da Barra, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, no Rio de Janeiro; em Campos, na Casa Brasil-Portugal, Universo e Faculdade de Filosofia, e em São João da Barra, no Colégio Cenecista S. João Batista e na E.E. Admardo Alves Torres, em Grussaí.

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