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Uma baleia foi encontrada morta na praia de Chapéu de Sol, em Atafona, distrito de São João da Barra, na manhã desta quinta-feira, 27. No último dia 15 de maio, outro baleia foi encontrada morta no Açu.

O mamífero que foi encontrado por moradores pesa em média de 800 kg, cerca de 5 metros e estava em avançado estado de decomposição.

A baleia da espécie jubarte, encontrada morta, despertou interesse de pesquisadores do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), que estiveram em São João da Barra nesta sexta-feira, 28, para coletar amostras da carcaça. O animal, um macho de idade juvenil, medindo seis metros e com cerca de duas toneladas, passou por necropsia ainda na quinta-feira pelo Programa de Monitoramento de Praias das Bacias de Campos e do Espírito Santo, acionado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos. A causa da morte não pôde ser identificada de imediato devido ao avançado estado de decomposição.

Foto: Paulo Pinheiro

O GEMM-Lagos atua desde 1999 em parceria com a Fiocruz e com o Instituto Oceanográfico da USP (IO-USP) no estudo de mamíferos marinhos vivos ou encalhados mortos em busca de informações sobre as causas de mortalidade que acometem esses mamíferos durante sua migração anual ao longo da costa brasileira, de maio a novembro.

Na baleia encontrada em Chapéu de Sol foram coletados pele, músculo, gordura, vertebras e ossos para análises genéticas e de contaminantes (metais pesados e organoclorados). Também foram retirados os epibiontes: cracas e piolhos-de-baleia. As bulas timpânicas também foram coletadas visando analisar possíveis danos ao aparelho auditivo das baleias.

— Necropsia de carcaças de baleias encalhadas, em qualquer estágio de decomposição, é vital para o entendimento das causas de mortalidade, sejam elas naturais ou por ação antrópica. Entre as espécies que migram pela costa fluminense, a jubarte se destaca pelo seu padrão migratório que acompanha a linha de costa. Por essa razão, são maiores as chances de interação com atividades antrópicas, incluindo emalhamentos em redes e linhas de pesca, colisão com embarcações e poluição costeira — explica o Coordenador do GEMM-Lagos e Pesquisador da Fiocruz, Salvatore Siciliano.

O enterro da carcaça na areia da praia será realizado nesta sexta-feira, com a utilização de uma retroescavadeira.

Caso encontre um animal encalhado na praia (mamíferos, tartarugas e aves marinhas), vivo ou morto, acione a Central de Emergências da Petrobras através dos números 0800 039 5005 (ES) e 0800 026 2828 (RJ).

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