Dois acidentes com vítimas fatais envolvendo carroças em menos de 15 dias, tem deixado a população de São João da Barra em estado de alerta. Como se já não bastasse a quantidade de animais soltos nas estradas que também vem deixando vítimas, a população segue cobrando uma lei ao legislativo com objetivo de diminuir o tráfego de carroças e charretes e, principalmente, os acidentes.

No último dia 24 de março, o idoso Mario Ribeiro Filho, de 72 anos, conhecido como Milton do Caldo, seguia com a sua motocicleta com destino a sua residência em Grussaí, como era de costume, onde por uma infelicidade, em Chapéu de Sol, na avenida Atlântica que não havia iluminação, bateu na traseira de uma carroça, sem nenhuma sinalização, desequilibrou e caiu no asfalto. Logo um carro que vinha na direção contrária acabou atropelando Milton que faleceu em seguida.

Quatorze dias após o trágico acidente, por volta das 20h da última sexta-feira, 07, mais uma notícia de que uma carroça havia provocado outro acidente com vítima fatal na SB 02 (estrada que liga o bairro de Fátima à localidade de Degredo). O Jovem de 25 anos, Neilor Moreira Colbert Penha morreu na hora e outras sete pessoas ficaram feridas. Desta vez, um carro que não avistou a carroça a tempo de frear, desviou e colidiu com o carro que vinha na direção contrária.

O fato é que o município de São João da Barra cresceu muito nos último 20 anos, não apenas na quantidade de habitantes, o número de veículos nas ruas é muito maior, a quantidade de ruas asfaltadas, que possibilita que os automóveis circulem com mais velocidade também aumentou, a quantidade de motocicletas, as bicicletas elétricas também.

Por outro lado continuaram as carroças e charretes em meio a um trânsito muito diferente do anos atrás, um trânsito de pessoas que estão sempre andando com presa, e as carroças, diferente dos veículos motorizados, se mantiveram, por uma questão lógica, na mesma velocidade de sempre. Então é preciso harmonizar esse novo trânsito, precisamos de leis que cobrem dos carroceiros e charreteiros as obrigações mínimas para que as mesmas continuem a circular pela cidade.

É da compreensão de todos que esses trabalhadores precisam circular com os seus veículos puxados por animais, que servem para a maioria deles como forma de sobrevivência, mas por outro não podemos mais continuar perdendo vidas por imprudência dos mesmos.

Esse assunto está tanto em evidência, que ano passado o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) sancionou uma lei proibindo a circulação de cavalos e jumentos puxados por carroças e charretes nos grandes centros. A lei abre exceção para os animais utilizados em áreas rurais do estado, onde são necessários como meio de locomoção e sustento, e em atividades turísticas.

Esse mesmo assunto tem sido tratado com polêmica em Porto Alegre, lá a lei prevê a retirada das carroças gradativa num prazo de oito anos e determina ações da Prefeitura para assegurar alternativas de renda aos atuais catadores, que utilizam esse meio de transporte.

Essa não é só uma realidade de São João da Barra, vários municípios brasileiros convivem com essa problemas. Os grandes centros estão eliminando esse meio de transporte, mas os municípios pequenos ainda precisaram por muito tempo deles. É preciso que seja criada uma lei que dê deveres aos que realmente precisam de utilizar charretes e carroças no seu dia a dia.

A Câmara de SJB já está elaborando uma lei a fim de regulamentar o uso e o tráfego de carroças no município e que a matéria deve entrar em pauta na sessão da próxima semana.

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