A empresa Sanjoanense CamposTur deixa de assumir o transporte municipal de São João da Barra e LKL – Logística e Transporte, com seis coletivos, podendo chegar a oito em circulação, assume com passagens gratuitas em todos os distritos a partir desta sexta-feira, 27.
“Estamos com uma nova empresa de ônibus, tendo em vista que a CamposTur não cumpriu suas obrigações com o município”, disse José Amaro Martins de Souza ao programa de rádio na Grussaí FM.
Ainda segundo Neco, a partir do primeiro horário desta sexta-feira, 27, o serviço passa a ser assumido pela empresa LKL, de forma emergencial (90 dias, podendo ser prorrogado por igual prazo), e gratuita, onde não serão cobrados mais os R$ 0,90 da passagem.
A equipe de reportagem do Parahybano recebeu uma denúncia de uma leitora da localidade de Mato Escuro, onde relatou que na última sexta-feira, 20, três coletivos foram apreendidos pelo Detro na rodoviária de São João da Barra e que por conta disso horários foram reduzidos do Açu para SJB e vice-versa.
A assessoria de comunicação da CamposTur recebeu a demanda do Parahybano, porém não respondeu as perguntas solicitadas da leitora.
– Para eu ir trabalhar teria que ir no horário de 7h, que sai do Açu e passa em Mato Escuro 7h30 e esperar até 11h15 para dar o meu horário de trabalho. Isso é um absurdo! Conclusão, teria que sair da minha residência 7h30 e chegar à casa às 19h50. Isso é uma falta de respeito com a população -, disse a leitora.
O Procon de São João da Barra, no último dia 15 de junho, protocolou uma representação no Ministério Público (MP) contra a concessionária que faz a linha intermunicipal de São João da Barra – Campos dos Goytacazes.
De acordo com a coordenadora executiva do Procon, Maria Letícia Barros, os motivos foram superlotação, documentação irregular, falta de segurança, oscilação e horário, ausência de ônibus nos horários pré-estabelecidos e má conservação.
A empresa Campostur emitiu nota sobre o caso na noite de ontem:
“A Empresa de Ônibus Sanjoanense Campostur, vencedora da Concorrência pública 008/2012, referente ao contrato de concessão do serviço público de transporte coletivo de passageiros no Município de São João da Barra, informa que tomou conhecimento da suspensão dos seus serviços através de informações extra-oficiais que circulavam pelas redes sociais na noite desta quinta-feira, quando o prefeito do município José Amaro Martins de Souza, supostamente teria entrado no ar em uma rádio local informando a suspensão do contrato com a Sanjoanense Campostur. Apesar do transtorno trazido, já que nas linhas municipais, empregamos cerca de 45 chefes de famílias locais, continuamos a operar os nossos serviços ainda durante a manhã desta sexta-feira, 27, uma vez que não havíamos recebido nenhuma notificação por parte da Prefeitura Municipal de São João da Barra que oficializasse a decisão do prefeito. Cumpre salientar, que enquanto continuávamos a operar as linhas municipais, nossos colaboradores foram pressionados por diversos prepostos da Prefeitura, com ameaças claras que nossos veículos seriam “apreendidos” pelo DETRO, por sermos “clandestinos”. Ora, como que a empresa vencedora de um procedimento licitatório pode ser tida como clandestina, face a uma empresa contratada “emergencialmente”??
É importante frisar que, por diversas vezes, a Sanjoanense Campostur solicitou revisão do contrato por meio de ofícios protocolados junto a Sec. Municipal de Transportes. Salientamos que todo processo licitatório foi elaborado em cima de uma estimativa de crescimento populacional levantada pela conceituada equipe de Jaime Lerner, perante ao “boom” populacional que o município estava prestes a receber. Entretanto, diante da crise do “Império Eike” que assolou o andamento das instalações do Complexo Portuário do Açu, os números estimados passaram a ficar cada vez mais longe dos números reais, onde se estimava 113 mil passageiros/mês, quando na verdade alcançávamos uma média de 55 mil passageiros durante os 27 meses em que a Sanjoanense Campostur operou as linhas municipais. Isso é fundamentalmente essencial para manutenção do equilíbrio econômico e financeiro do contrato, haja vista que qualquer indivíduo sensato sabe que a tarifa é baseada no número de passageiros transportados.
A Sanjoanense Campostur foi notificada sobre a interrupção dos seus serviços nas linhas municipais somente na tarde desta sexta-feira, 27. A municipalidade alega contratação emergencial, porém, a empresa LKL já se encontrava devidamente aposta com seus ônibus personalizados desde 24 de julho, quando tiveram imagens dos coletivos publicadas em redes sociais. Estamos perplexos com a situação imposta e estaremos decidindo junto aos nossos advogados quais medidas serão tomadas, especialmente para discutir o prejuízo gigantesco ocasionado pela ausência de revisão do contrato de concessão.”
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