A Bomgosto Centro de Danças irá apresentar o espetáculo de fim de ano intitulado “A vida dança” nos dias 17 e 18 de dezembro, às 20h, no Ciep 265 Municipalizado Profª Gladys Teixeira, na rua Joao Patrício Delfim Pereira, Centro de São João da Barra. Essa é a 26ª edição do espetáculo da academia.

“A vida dança” contará com a participação do primeiro bailarino do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Felipe Moreira, e vai trazer em seu contexto a abordagem de movimento sob o olhar da vida. Com 15 coreografias, o espetáculo terá uma hora de duração. Os ingressos estão sendo vendidos por R$ 20,00 na secretaria da academia, na rua dos Passos, em frente ao Palácio Cultural Carlos Martins.

Foto: Divulgação

Tudo o que se movimenta tem vida e se tem vida, é dança. O tema perpassa pelas galáxias com o sistema solar, chegando à terra com a indagação da criação do mundo. Sendo a terra criada, bailarinos irão viajar pela estrutura inicial da natureza, moléculas criadoras do nosso contexto de vida. Então, surge o ser humano e toda “máquina” incrível que nos compõe.

A vida é realmente mágica! Órgãos, ações, pensamentos e funções se misturam e movimentam toda a nossa estrutura interna e externa. E nesse embalo vamos evoluindo e descobrindo. Embasado em tudo o que fomos e somos, seguimos com propósitos infinitos de possibilidades. E assim vislumbramos um futuro de renovo? De recomeço? De onde viemos e para onde vamos? Não temos resposta. Sabemos sim, que onde houver vida, haverá um lindo embalo da dança.

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História na dança

Ellen Bomgosto, diretora da Bomgosto Centro de Dança, começou no Ballet aos 3 anos de idade. “Eu era uma criança calada e minha prima, Denise Bomgosto, me levou em uma aula na academia de Dóris Cunha, onde participei da primeira aula e logo queria continuar. Após anos, Dóris precisou se afastar e deixou seu legado sob minha responsabilidade”, destacou a bailarina.

Bomgosto acrescentou que logo se apaixonou em ensinar.

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– Tive apoio na época, em 1996, de Vanda Garcia, Ivan Franco e da Dóris que me conduziram nesse período. Participei de várias especializações. De 15 em 15 dias eu ia para o Rio de Janeiro para fazer o curso de metodologia para professor com Vanda, onde consegui me tornar Maitre de Ballet Clássico por metodologia Russa. Atualmente já são 23 anos de academia na cidade e estou na quarta de geração em São João da Barra. Depois veio a sindicalização, festivais como o do Conselho Brasileiro da Dança com workshop -. disse.

Aos 21 anos, Ellen ingressou no primeiro corpo de baile do Trianon, em Campos e a partir daí passou a se apresentar em vários festivais nacionais e, inclusive foi premiada dançando variação “La Escrava”, de Marius Petipá. Participou de um workshop em Madrid, a capital e a maior cidade da Espanha, com duração de 10 dias onde foi apresentado a biomecânica do movimento e da técnica da mecânica muscular esquelética para fazer um planejamento mais acessível de aula. A bailarina fez especialização pedagógica e psicológica na Argentina, como também já participou do grande festival de dança de Joinville, norte do estado de Santa Catarina.

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Em 2004 até 2015, Ellen fez um trabalho com dois cubanos e através deles conseguiu uma especialização de metodologia cubana.

– Estudei muito a parte medicinal da dança para conseguir ensinar melhor os movimentos da dança sem lesionar. Vivo para investir no meu trabalho. Tento ser sempre exemplo para minhas alunas. É sempre por amor! Sou acompanhada por fisioterapeuta, nutricionista e esteticista, pois vendo minha imagem -, concluiu.

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Em 2019, a sanjoanense Ellen Bomgosto representou o Brasil, em Riade, capital da Arábia Saudita, no festival de esportes, dança e artesanato chamado “Nômade Universe” que aconteceu entre 6 e 20 de março com a Tríade Studio Coreográfico que nos últimos três anos fez apresentações na Rússia, Alemanha e recebeu convites para o Quirguistão. O evento promovido pelo Ministério de Cultura da Eurásia acontece todos os anos, e uma cidade oriental é escolhida para sediar o festival que costuma reunir representantes de 100 países.

Ellen viajou com dez bailarinos da companhia Tríade e disse da felicidade em participar desse evento de grande importância cultural para o mundo.

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– Houve uma seleção para o evento mundial com objetivo de escolher as delegações dos países. Foi uma mostra cultural do mundo inteiro e eu fui uma das escolhidas. O festival foi promovido pela Unesco e participaram bailarinos de Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro. Durante a viagem, paramos em Dubai para fazer a confraternização de abertura das delegações e depois fomos diretamente para Ríade, onde aconteceu todo o evento. Foram duas apresentações diárias de cada delegação -, comentou.

“Foi um orgulho enorme poder representar o País. Inexplicável a troca de experiência que tivemos nesses dias tanto na dança como na cultura do mundo. O evento foi realizado totalmente sediado no deserto. Teve a participação do rei e do príncipe da Arábia Saudita. Não podia imaginar que o Brasileiro fosse tão querido e pudesse ter sido tão recebido. Fui surpreendida com o carinho tão grande do mundo. Estou muito feliz pela divulgação”, disse Ellen destacando a felicidade da primeira vez que o Brasil participa desse evento.

Participar de um espetáculo tão grandioso como esse é um sonho para qualquer iniciante e até mesmo profissionais.

– Foi uma troca da dança cultural, diz Ellen que se apresentou no ballet clássico com a remontagem do neoclássico que relatava a história da Vitória Régia, além do contemporâneo que mostrava as danças afro-descendente com essa mistura de povos no País, além da coreografia de jazz que mostrava o samba e, também, de mais um clássico que contou toda história indígena. Tivemos que adaptar todo o figurino, pois não podíamos usar perna de fora e, nem se quer, o pé. A mulher é bem restrita em tudo lá -, afirmou.