Os professores municipais voltaram segunda-feira (25) às salas de aulas depois de cinco dias parados na semana passada em uma greve que atingiu cerca de 90% da rede, de acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). O retorno ao trabalho transcorreu sem incidentes, mas a categoria permanece em estado de greve, como explica um dos diretores do sindicato, Sandro de Paula: “Esperamos que as negociações continuem em curso e que o governo cumpra os prazos prometidos para resolver às reivindicações dos professores”, afirmou.
Na manhã de segunda, a equipe da Folha da Manhã percorreu várias instituições de ensino e o clima era de tranquilidade em escolas como o 29 de Maio, na Pecuária, Maria Lúcia, no Turfe Clube, Vilma Tâmega, no Centro e Wilmar Cava Barros, no Joquei Clube. O mesmo se repetiu na parte da tarde.
O professor Sandro de Paula explicou que o reajuste salarial só deverá voltar a ser discutido em setembro, como foi posto pela Prefeitura de Campos. Mas, outras reivindicações devem ser atendidas antes, como o cartão que irá substituir o Rio Card.
— A Prefeitura pediu 15 dias para conversar com as empresas, além disso, tem o plano de saúde, que agora será Fundo Municipal de Assistência à Saúde. Porém, isso depende da Câmara dos Vereadores para por em votação. Também tem o readequamento do Plano de Carreiras, cujo o dos profissionais da Educação só muda de letra de três em três anos e o dos demais servidores de dois em dois anos — explicou.
Outro problema que o governo municipal se propôs a resolver, pelo menos parcialmente, é o da segurança nas escolas. Segundo Sandro, em um primeiro momento, seria em 30 escolas: “O problema é que toda rede tem cerca de 250 escolas”. O sindicalista também contestou a informação divulgada em alguns veículos de comunicação de que o Sepe não teria legitimidade para representar os professores: “O Sepe tem Carta Sindical do Ministério do Trabalho para representar os professores do município, como os do Estado”, afirmou.
Propostas vão ser avaliadas aos poucos
Durante cinco dias na semana passada, professores da rede municipal de ensino ficaram em greve por melhorias salariais e de condições de trabalho. Mesmo sob ameaça de corte de regência e dos dias não trabalhados, eles não se renderam e continuaram na luta. Na última sexta-feira, chegaram a acampar na sede do governo municipal, a exemplo do que fez a própria prefeita Rosinha Garotinho, quando teve seu mandato cassado em setembro de 2011 pela Justiça Eleitoral.
O ato de sexta-feira foi considerado “histórico” pelos manifestantes, que tiveram apoio de outras categorias como servidores da Saúde, Federação dos Estudantes de Campos, Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e docentes do Instituto Federal Fluminense (IFF).
As propostas da Prefeitura, acatadas pela categoria, foram: reingresso de funcionários administrativos (porteiro, auxiliar de limpeza) em pelo menos 30 escolas; planejamento para elaborar calendário de reforma das unidades de ensino; revisão no plano de cargos e salários para todos os profissionais de educação; pontos e regências mantidos durante a greve, desde que os professores façam reposição de aulas. Sobre reajuste salarial, permanece o que foi discutido na quarta-feira (20), as negociações serão reabertas no dia 10 de setembro. Já sobre o material didático, oferecido às escolas, ser escolhido pelo Sepe, será decidido na próxima semana. Por fim, sobre a convocação de concursados, a Prefeitura disse que não tem disponibilidade. Professores pediram também que o secretário de Administração e Gestão de Pessoas, Fábio Ribeiro, mandasse para o Sepe uma lista da arrecadação dos royalties e das contas pagas pela Prefeitura.
Fonte: Fmanhã