Assista aos vídeos (AQUI)

O promotor de vendas e torcedor vascaíno, Ludvictor Wanbethoven, de 28 anos, é uma das oito pessoas hospitalizadas após uma briga entre torcedores de Flamengo e Vasco neste domingo (5) nos arredores do Estádio do Maracanã, na Zona Norte do Rio.

Natural de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, Ludvictor está internado em um hospital particular do Rio. Segundo a mãe dele, Joezia Oliveira, a previsão é que ele tenha alta em três dias.

Por conta da briga, 8 pessoas foram hospitalizadas, sendo que uma morreu e outras duas, além de Ludvictor, ainda estavam internadas até o fim da manhã desta segunda-feira (6).

“Sofreu várias pancadas na cabeça, eles acharam que tinha matado ele e comemorado. A policia que levou ele pro hospital”, disse a mãe ao g1.

Um vídeo enviado pela mãe da vítima mostra o momento em que torcedores do Flamengo estão em volta de Ludvictor, que está deitado no chão, aparentemente inconsciente. É possível ouvir algumas pessoas gritando: “Matamos! Matamos”, “Vai morrer, vai morrer” e “Aqui é Jovem Fla”.

Joezia diz que nem consegue descrever o que está sentindo diante de tudo.

“Hoje em dia estamos vivendo num mundo onde as pessoas estão sem amor ao ser humano! Eles já saem pra se divertir, ir pro estádio com a intenção de matar. Quanto às autoridades, graças a Deus que a polícia chegou em tempo!”, disse a mãe.

Ludvictor foi para o jogo junto com outros torcedores que saíram de Campos em uma excursão. Joezia conta que ficou sabendo do ocorrido através das redes sociais. Vídeos mostram a confusão nos arredores do Maracanã.

A mãe falou ao g1 que conversou com o filho na manhã desta segunda-feira (6). Disse que, apesar de tudo, ele está bem.

“Tá com a cabeça muito inchada, mas tá consciente. [Ele] Falou que fez alguns exames e que deve ficar mais uns 2,3 dias internado”, afirmou Joezia.

Joezia diz que por ser um jogo tão concorrido, como Vasco e Flamengo, que deveria ter mais policiamento na entrada estádio.

“Vendo esses vídeos eu agradeço muito a Deus pela vida dele, por ele estar vivo porque poderia ter acontecido o pior”, diz.

Associação nega relação

A Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg) emitiu uma nota em que afirma não haver relação dos torcedores baleados com torcidas organizadas.

Na nota de repúdio, a Anatorg diz que enviou para as torcidas organizadas, parlamentares, Bepe, MP e ao governo do estado “todos os pontos de deslocamentos”. “Durante o percurso, até a chegada no entorno do estádio, não houve conflito”, destaca.

Ainda segundo a entidade:

“Na quinta-feira (2), houve a reunião de pré-jogo no Bepe, com 20 torcidas organizadas representadas, mas muito breve e protocolar, sem maiores orientações;

Os uniformes e carros da PM não têm as câmeras, para registro das ocorrências, como determina o STF.

Durante um longo período, não tivemos conflito entre as torcidas do Rio de Janeiro.

A torcida do Flamengo tem como rota de chegada ao Maracanã, a avenida Radial Oeste, e a do Vasco, a Quinta da Boa Vista. Por qual razão, não havia policiamento na passarela que separa as duas vias, permitindo assim, que houvesse o encontro dos torcedores?

Diversos artefatos, pedaços de pau foram apreendidos. Por que os supostos torcedores que os portavam, não foram detidos?

Não há relação dos torcedores baleados com torcidas organizadas.”

A Polícia Militar informou que, além do reforço dado à equipe da UPP Mangueira, 600 policiais atuaram na região do estádio. Um homem foi encontrado na Avenida Pedro II, com ferimentos pelo corpo e foi socorrido pelos Bombeiros. Disse ainda que uma segunda vítima foi encontrada na Rua Almirante Baltazar e encaminhada ao Hospital Quinta D’Or.

A polícia disse ainda que um homem envolvido numa dessas brigas foi preso. Foram apreendidos cerca de 50 pedaços de madeira, nove barras de ferro, cinco bombas caseiras, fogos de artifício, soco-inglês e artefato explosivo em diferentes pontos de São Cristóvão, Maracanã e Madureira.

Fonte: G1