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No Hospital de Campanha Covid-19 de São João da Barra funciona um serviço que tem ajudado as famílias das vítimas da pandemia no momento difícil da perda. O protocolo possibilita a identificação do corpo e permite a realização do rito de despedida com a segurança necessária para evitar o contágio.

São duas salas: uma refrigerada, para que os sepultamentos aconteçam durante o dia sempre que o óbito ocorre após as 18h, e uma de identificação, onde os familiares, pela tela do computador, podem se despedir e fazer as orações para o ente querido. O serviço de humanização, que funciona desde o início da pandemia do novo coronavírus, tem contribuído para amenizar o sofrimento dos familiares e amigos dos sanjoanenses que perderam a batalha para a doença. A Prefeitura também disponibiliza todo o serviço do funeral, sem qualquer despesa para as famílias.

— É um sofrimento grande sepultar um ente querido sem vê-lo. Por isso foi implantado este protocolo, possibilitando o acesso de até seis familiares por vez na sala de identificação para que possa ser feito o reconhecimento e também a despedida. Todos usando máscara, respeitando o distanciamento e cumprindo todas as medidas de prevenção — explica o secretário municipal de Saúde, Sávio Saboia.

O responsável pelo serviço de humanização é o técnico em necropsia André Luís Pessanha, Pereira, o Azul. Segundo ele, todos os protocolos para a identificação e o sepultamento seguem as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as orientações dos órgãos de saúde pública nacionais e internacionais.

— Tomamos todos os cuidados e desta forma temos conseguido, com segurança, fazer esse trabalho diferenciado em São João da Barra, de forma humanizada, o que proporciona aos familiares fazer o reconhecimento do corpo e se despedirem. Há muitas restrições nos protocolos para os óbitos por Covid-19 e por isso é importante que possamos ajudar, que tenhamos empatia. São João da Barra se tornou uma referência na identificação das vítimas fatais da pandemia — conta Azul.

Pablo Dias, que perdeu o pai para a Covid-19, foi quem fez a identificação do corpo.

— Fui à sala de identificação acompanhado da minha prima e foi importante ter a certeza de que realmente seria ele que iríamos sepultar. Fico honrado por ter, no município que eu moro, profissionais capacitados para realizar esse serviço. Tivemos a oportunidade de nos despedir e isso com certeza ameniza nossa dor — relata.

Além do serviço de humanização para sepultamentos das vítimas de Covid-19, o Hospital de Campanha também trabalha de forma humanizada em todos os setores, incluindo o atendimento na recepção, as visitas presenciais, as chamadas por vídeo para a família e a informação diária, por telefone, do boletim médico.

Fonte: Secom