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Foto: Hellen Souza – Folha da Manhã

Por conta do baixo nível do Rio Paraíba do Sul, cerca de 10 mil moradores de São João da Barra, no Norte Fluminense, estão sem fornecimento de água. O Paraíba não registra níveis tão baixos desde 1955. Na manhã desta quarta-feira (30/07), o rio estava marcando 4,80 metros. A Defesa Civil de Campos precisou instalar uma nova régua para conseguir realizar um registro mais exato. A antiga tinha uma marcação mínima de cinco metros.

Devido ao processo de sedimentação, é possível caminhar no leito do rio. A prefeitura abriu caminhos na areia para que a água chegue até a entrada dos canais, mas o abastecimento deles só é possível com o auxílio de bombas.

Em São João da Barra, segundo o presidente do Comitê do Baixo Paraíba, João Gomes, o rio que deveria desembocar no mar não tem mais força, com isso acontece o contrário, é a água salgada que avança para o rio. “Os pescadores já sentiram diferença não só na produção, mas na qualidade da água que chega nas torneiras”, disse.

A empresa responsável pelo fornecimento de água explica que a captação segue o nível da maré. Quando ela sobe, o mar invade o rio e que por conta disso é preciso interromper a captação e até o fornecimento de água. O monitoramento é feito a cada dez minutos. Isso afeta, principalmente, os moradores da área central de São João da Barra, onde moram cerca de dez mil pessoas. Elas estão ficando sem abastecimento, pelo menos, duas vezes por dia.

A expectativa está na chuva dos próximos meses. Para o comitê, a seca terá consequências a longo prazo.

SITUAÇÃO DE SÃO PAULO É CRÍTICA

De acordo com o procurador da República, Eduardo Oliveira, São Paulo vive hoje a maior seca de toda sua história. A situação é tão grave, que uma crise no Rio de Janeiro pode vir a refletir aqui no Norte Fluminense.

“A nossa situação é diferente porque estamos abaixo deles. Nós somos uma região semiárida. Não é nada para alarmar, mas sim um alerta”, disse o procurador.

AÇÃO CIVIL

O Ministério Público Federal (MPF) em Campos moveu uma ação civil pública, com pedido de liminar, contra a União, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Estado de São Paulo e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para impedir a transposição do Rio Paraíba do Sul.

Na região do Médio Paraíba do Sul sete municípios dependem do Paraíba: Aperibé, Itaocara, Cambuci, São Fidélis, Campos, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, sendo mais de 620 mil habitantes.

 

Fonte: Ururau – G1 Norte Fluminense