Com uma história que começou a ser desenhada há mais de quatro séculos, o município de São João da Barra tem uma cultura riquíssima. Na última terça-feira (4), integrantes do Conselho Municipal de Cultura foram recebidos por todos os vereadores, na Câmara Municipal, para uma reunião que teve vários assuntos na pauta, entre eles, a recuperação da pedra mó da Vila da Rainha, que se encontra atualmente no Museu do Açúcar de Recife.
Segundo o historiador João Oscar, a pedra mó era um artefato indispensável no início do século XVI para a moagem da cana-de-açúcar e trata-se de uma das mais antigas relíquias históricas desse período no Brasil. Conta João Oscar que, em 1545, com a total destruição, por índios hostis, do primeiro aldeamento fundado pelos portugueses na região norte-fluminense, a assim chamada “Vila da Rainha”, localizada nas proximidades da atual Barra do Itabapoana, o donatário e seus primitivos colonos deixaram no local: o velho canhão manuelino (que fica em frente à Prefeitura de SJB) e duas pedras mós.
Uma dessas mós, segundo o historiador, sumiu misteriosamente no início do século passado. A outra, que ficava nas imediações da velha cadeia pública da cidade, foi emprestada, por volta de 1957, pelo prefeito Ernesto Barreto Ribeiro, para o Museu do Açúcar de Recife, então recém-criado pelo governo pernambucano. O empréstimo se deu para abrilhantar o ato de inauguração daquele museu, mas com a condição de que a pedra fosse devolvida ao lugar de origem, tão logo fosse possível. No entanto, isso ainda não aconteceu e a peça permanece em Pernambuco.
Os vereadores ouviram atentamente, reconheceram a importância da pedra para a história de São João da Barra e se comprometeram em ajudar a trazê-la para o local de origem. Participaram da reunião, o presidente do Conselho de Cultura, João Filiphe Amaral; a primeira-secretária, Izabel Gregório e o membro, Silvano Motta. Eles também apresentaram outros assuntos como: a criação de uma lei municipal de patrimônio histórico, a implantação da fundação de cultura e a criação de um auxílio emergencial para a classe artística e de um fundo de cultura.
Vereadores requerem museu e arquivo público
Na sessão ordinária do mesmo dia, o plenário aprovou uma indicação proposta por todos os parlamentares, sugerindo à Prefeitura, que elabore um projeto de lei a fim de criar um museu e um arquivo público no município, que possa guardar o passado de sua gente e a vida de cidadãos ilustres como: João Oscar, Narcisa Amália, Barão de Barcelos, Barão de São João da Barra. “Nosso município não possui um acervo público nem um museu para preservar a sua cultura. Hoje, nossos filhos não sabem como era Atafona, como era o 5º Distrito, por exemplo, 20, 30 anos atrás”, ressalta o vereador Carlos Machado da Silva (Kaká). “Será muito importante a realização desse arquivo por parte do Executivo, para manter preservada a história do município de São João da Barra para as próximas gerações. Sabemos que estamos em plena pandemia, mas isso não impede que esse projeto avance”, acrescentou o presidente do Legislativo, Elísio Rodrigues.
Fonte: Ascom