As primeiras operações da Petrobras no Porto do Açu, no início do mês, marcam uma nova era para a economia da região. Na opinião do economista Ranulfo Vidigal, a chegada da petrolífera à região consolida o empreendimento portuário e dá sinais que o empreendimento será duradouro. Por outro lado, salienta o economista, a cobrança ao poder público nas questões de infraestrutura são ainda maiores. A Petrobras opera no Açu em dois dos seis que utilizará Brasil Port Logística Offshore — do Grupo Edison Chouest. A expectativa é que com a chegada da estatal outras empresas ligadas ao ramo petrolífero, que atuam em terminais de Macaé e Vitória (ES) venham para SJB.
— Com a chegada da Petrobras ao Açu o cenário muda muito. Primeiro porque reforça a figura do Açu como âncora da economia regional. A Petrobras tem um projeto de longo prazo. E, segundo, consolida a primeira fase de implantação do porto — avalia Vidigal.
A Petrobras informou em nota que “contratou em fevereiro de 2015 seis berços no Porto do Açu. Nesse momento, a companhia está avaliando o reordenamento das atividades portuárias entre o Porto de Imbetiba, em Macaé, e o novo terminal de São João da Barra”. Contestada sobre a geração de empregos para a região e quando, efetivamente, a operação será plena no Açu, a assessoria da petrolífera não enviou resposta.
A expectativa da Brasil Port, que confirmou à Folha antes da Petrobras o início da operação, é que sejam gerados 180 empregos nesta fase, de acordo com o diretor da Ricardo Chagas, do Grupo Edison Chouest.
Ranulfo observa que se por um lado a chegada da Petrobras é um fator positivo, tem também seu lado desafiador, que conta com a contrapartida da administração pública. “Aumenta a responsabilidade dos agentes públicos — leiam-se governos municipal, estadual e federal — quanto à infraestrutura, seja com rodovias, ferrovias, saneamento básico. A infraestrutura no Açu é precária, precisa melhorar”, pontuou o economista e ex-prefeito de São João da Barra.
A coluna “Ponto final” publicou na última segunda-feira que a Petrobras havia iniciado operações experimentais no Açu. No mesmo dia, a principal coluna de opinião da Folha da Manhã informou que a chegada da estatal iria atrair empresas até então centradas na região da capital capixaba. Já na sexta-feira, a assessoria da Prumo Logística, empresa responsável pelo Porto do Açu, divulgou a visita de integrantes do “Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Espírito Santo” ao complexo portuário e industrial sanjoanense.
Empresários capixabas em visita ao porto
Integrantes do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores do Espírito Santo (PDF/ES) estiveram na última quinta-feira no Porto do Açu para conhecer o projeto e a metodologia utilizada para atender as demandas de fornecedores para o complexo industrial. O grupo, formado por 12 empresários, foi recebido no Centro de Visitantes pelas áreas de Sustentabilidade e Suprimentos do Porto e apresentou as experiências do programa capixaba. Eles também assistiram a uma apresentação institucional e, em seguida, fizeram uma visita às instalações do Porto do Açu.
A cadeia industrial do Espírito Santo conta com diversas oportunidades de negócios que podem beneficiar as empresas do Porto. Entre elas estão os segmentos de alimentos e bebidas, gráficas, plástico, borracha, produtos químicos, cerâmica, móveis, vestuário, tecnologia da informação e prestações de serviços diversos para indústria pesada e complexos logísticos industriais, como o Porto do Açu.
Fonte: fmanhã