Os impactos da crise na Petrobrás já são conhecidos, mas a cada dia crescem as dimensões e o momento ainda não é de trégua. Desde que tiveram início as investigações da Operação Lava-Jato, a estatal e suas subsidiárias fizeram um total de 169,7 mil demissões, corte que atualmente representa 61% da equipe de 276,6 mil funcionários da empresa. Segundo dados da Folha de S.Paulo, a cada 10 trabalhadores contratados antes da operação, quatro foram dispensados. A companhia, que chegou a contar com 446,3 mil empregados em dezembro de 2013, hoje tem um efetivo similar ao registrado em 2007.
Após o crescimento impulsionado pelo pré-sal, o cenário é de retrocesso e o quadro profissional da empresa segue em processo de encolhimento. Desde o início do mês a companhia vem apresentando a seus funcionários um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), com objetivo de desligar mais 12 mil empregados de suas operações na BR Distribuidora e na Transpetro. A redução representaria um corte de 15% para a estatal, que hoje conta com 77,8 mil funcionários efetivos.
Os cortes tiveram início ainda na gestão Graça Foster, que somou 74,3 mil demissões ainda em 2014. Sob o atual comando de Aldemir Bendine, o total já chega a 95,4 mil em meio ao agravamento da situação difícil da companhia. Desde que a Lava-Jato iniciou seus impactos, os cortes passaram a ser voltados principalmente para prestadores de serviços em obras da empresa, que representam 85% das demissões. De 175,8 mil pessoas em dezembro de 2013, o contingente dessa área caiu para apenas 30,8 mil no último mês de fevereiro.
O encolhimento da Petrobrás surge hoje como reflexo direto de suas finanças, fortemente impactadas pela crise do setor de óleo e gás e pelos desdobramentos da Lava-Jato. Em 2015, o balanço da empresa atingiu a pior marca de sua história, com um prejuízo total de R$ 34,84 bilhões. A situação da companhia também vem impactando diversas áreas da cadeia brasileira, como é o caso do BNDES, que afirmou que teria tido o maior resultado de sua história se não fosse pelos problemas da estatal. O banco registrou lucro líquido de R$ 6,199 bilhões em 2015, valor que representa queda de 30% na comparação com o total registrado no ano anterior.
Fonte: Petronotícias