Especialista defende maior contato entre pais e filhos sem o uso da tecnologia

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Foto: Divulgação

Com a correria do dia a dia, muitos pais não conseguem dar a atenção ideal aos seus filhos e tentam suprir essa ausência através de brinquedos eletrônicos ou enchendo-os de atividades, como aulas de idiomas, música e esportes. Mas será que essa é a melhor opção? Para a psicóloga da Arte Surpresa, criadora da Metodologia da Educação Afetiva e da Equação matemática do Coração, Katia Lessa, essa ideia é um equívoco. “Esses compromissos sobrecarregam as crianças, podendo afetar a criatividade, a cognição e a independência. Elas se tornam mais estressadas, ansiosas e entediadas por ficarem sem tempo livre para brincar e para serem, de fato, crianças”, explica.

Lessa recomenda que os pais deixem os filhos livres para brincar pelo menos, duas horas por dia, sem aparelhos eletrônicos ou atividades extras. “Além disso, aconselho, que também haja um tempo para a prática da ‘filhoterapia’, que é a interação constante entre pais e filhos sem tecnologias. Na Arte Surpresa, por exemplo, trabalhamos esse conceito com os pequenos através de brincadeiras divertidas que possibilitam a criação e o fortalecimento dos laços familiares com descobertas e trocas de afeto. Essa interação faz muito bem tanto para os pais como para a criança.”, afirma.

De acordo com ela, até os seis anos, os pequenos precisam de estímulos naturais, por se encontrarem na fase mais concreta da aprendizagem. Pesquisas recentes estimam que, em média, 40% da inteligência é determinada pelos genes e o restante é influenciado pelo entorno, mais especificamente, o ambiente. “É importante que, nesse período, os pequenos recebam os estímulos corretos para aprimorar as suas valências, como a criatividade, a cognição e a independência. A Academia Americana de Pediatria inclusive apoia essa indicação”, ressalta Lessa.

Segundo um estudo da Universidade Yale, nos Estados Unidos, crianças que passam muito tempo na frente da televisão ou jogando videogame estão mais propensas a desenvolver a obesidade e o uso de drogas, além de prejudicar o rendimento escolar.

– A tecnologia, quando usada de forma inadequada, pode ser muito prejudicial ao desenvolvimento infantil, pois gera dependência e, por vezes, um comportamento egocêntrico e egoísta, o que atrapalha o relacionamento intrapessoal e interpessoal. Sabemos que a tecnologia faz parte da nossa rotina, mas nunca poderá substituir as brincadeiras, tampouco ocupar todo o tempo livre – conclui a psicóloga.

Fonte: Mercadocom