O delegado Rodrigo Maia, titular da 141ª DP/São Fidélis, anunciou no início da tarde de ontem, 27, um balanço parcial da Operação Apocalipse II: onde 23 pessoas acusadas de tráfico de drogas foram presas. O balanço completo da operação ainda será divulgado durante entrevista coletiva. Os presos, diz o delegado, são integrantes de quatro grupos de traficantes de drogas.
Entre os presos está Douglas Amorim, conhecido como Douglão. Uma das acusações contra ele é de ser o autor da tentativa de homicídio contra o ex-Secretário de Segurança Josias Quintal, em Santo Antônio de Pádua.
O delegado Rodrigo Maia também informou que traficantes presos na Cadeia Pública de Campos comandavam a venda de drogas em São Fidélis através de celular.
A operação
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a 141ª DP/São Fidélis desencadearam, na manhã desta quinta-feira (27), por volta das 4h, a operação Apocalipse II, comandada pelo delegado Rodrigo Maia tem com o objetivo de desarticular o tráfico de drogas no município de São Fidélis. Foram denunciadas à Justiça 71 pessoas, integrantes de quatro grupos distintos, pela prática de crimes que variam entre tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção de menores e lavagem de dinheiro. Constam na denúncia líderes dos grupos que comandam o comércio ilegal de dentro do presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos.
Ao todo, o Ministério Público denunciou 71 pessoas à Justiça. Elas integravam quatro grupos criminosos distintos e foram denunciadas pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção de menores e lavagem de dinheiro.
O promotor de Justiça do Gaeco, Cláudio Calo, informou que os líderes dos grupos criminosos foram presos, sendo que três deles já cumpriam pena. “Três deles já estavam presos no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca. Dentro do presídio, os líderes comandavam a distribuição, a venda e a receita usando celulares de dentro da cadeia para manter contato com os vendedores e com os gerentes das drogas.”
Para Cláudio Calo, possivelmente houve conivência ou eventual corrupção de agentes públicos que permitiram a entrada de aparelhos de celular dentro do presídio. “É uma situação intolerável, mas que acontece”. O promotor disse que um requerimento será enviado para a Secretaria de Administração Penitenciária para adote providências a fim de identificar os agentes públicos responsáveis pelas celas desses presos.
A pedido do GAECO, o juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Fidélis também decretou 25 prisões preventivas e concedeu 70 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos em residências, estabelecimentos comerciais e em celas de alguns denunciados que já se encontram presos.
Os quatro grupos criminosos tinham um modus operandi peculiar, uma vez que recebiam as drogas e procuravam enterrar os produtos, dificultando apreensões policiais. As drogas eram então embaladas em pequenas porções, pesadas em balanças de precisão e distribuídas entre vários integrantes responsáveis pela venda no varejo, inclusive mulheres e adolescentes, usados para o transporte dos entorpecentes a fim de evitar abordagem policial. As quadrilhas negociavam drogas em bares, em locais próximos ao Fórum de São Fidélis, na Estação Rodoviária da cidade, assim como nas proximidades do Ginásio Poliesportivo, onde há maior concentração de consumidores.
De acordo com o documento apresentado à Justiça, entre os denunciados estão I.B, A.M e T.M, que, mesmo presos, controlavam seus grupos criminosos de dentro da cadeia. Do grupo de I.B, também foi denunciado D.V.A, que esteve envolvido na tentativa de homicídio do ex-secretário de Estado de Segurança, Josias Quintal. Outro líder de grupo é L.P.S, que tem mandado de prisão expedido, já foi preso na manhã desta quinta-feira.
Um homem com mandado de prisão, estava trabalhando numa plataforma e desembarcou. A polícia foi buscá-lo no Heliporto de Farol.
Ainda segundo a denúncia, a investigação contou com interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, além de provas documentais e orais, que demonstram a forma de operação dos grupos criminosos. Parte da droga (cocaína, maconha e crack) era obtida nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo e no município de Campos, para ser revendida em São Fidélis.
Fonte: Campos 24 Horas