Foi realizada ontem, 5, a segunda fase da operação em defesa dos Estromatólitos—rocha fóssil formada por atividades de microrganismos em ambientes aquáticos—da Lagoa Salgada, situada no Açu, 5º Distrito de São João da Barra. A ação que resultou na remoção de mais ocupações irregulares construídas sobre esse tipo de habitat, causando grave impacto ao meio ambiente, foi realizada por agentes do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) com o apoio da Polícia Militar.
Entre as construções encontradas no local estavam cercas, galinheiros de alvenaria e barracos. Os responsáveis pelas construções irregulares foram identificados, sendo-lhes aplicadas as medicas cabíveis. A primeira fase da operação foi realizada no mês de outubro.
Os estromatólitos são um dos vestígios de vida mais antigos na Terra. São fósseis que foram originados por bactérias e cianofitas que, ao captarem os carbonatos existentes nos meios onde viviam, e ao metabolizá-los, os depositavam nas suas membranas celulares e, assim, foram-se desenvolvendo em camadas sucessivas, alternando com partículas sedimentares sobre um substrato rígido. Estas estruturas podem assumir diferentes formas, como esteiras microbianas, camadas, domos, colunas e oncólitos.
Entre outras coisas, os estromatólito são organismos que mantiveram a sua linha evolutiva sendo também os primeiros recicladores de carbono. Foram os primeiros produtores de oxigênio e os primeiros formadores de zonas de recifes.
A Lagoa Salgada ou Lagoa do Salgado é considerada a única na America do Sul, com seus biohermas estromatólitos carbonáticos que datam do período pré-cambriano. Sua importância geológica e paleontológica poderá ser comparada com outras poucas ocorrências semelhantes. A Lagoa foi tombada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
Fonte: Ururau