Há um risco de vazamento de até 500 mil litros de óleo em caso de colisão
O navio Recife Star, há cerca de um mês à deriva após uma colisão, afundou em águas rasas no litoral de São João da Barra, no último domingo, 31, com profundidade de aproximadamente 20 metros. A embarcação, que pertence à African Gulf International, dos Emirados Árabes, tem 130 metros de comprimento e pesa nove mil toneladas.
A empresa descumpriu liminar expedida em julho pela 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro, requerida pela União, e que determinou a remoção do navio pela proprietária em 48 horas. A multa diária prevista pela não retirada da embarcação é de até R$ 300 mil.
Por representar risco, o navio está sendo monitorado de perto pela Marinha, que emitiu alerta para área sobre perigo de acidente ambiental. O juiz federal Paulo André Espírito Santo entendeu que as providências independem de autorização judicial e que deve ser tomada por conta e risco da autoridade militar, que avaliará a melhor estratégia a ser empregada (remoção ou afundamento), conforme as circunstâncias náuticas. A Justiça levou em conta os riscos ao meio ambiente e à segurança de outras embarcações e de plataformas de petróleo.
Além disso, o armador contraiu dívidas da ordem de R$ 2 milhões com prestadores de serviços no Brasil. A African Gulf contratou serviços da AWS para fazer a regularização da saída da Baía de Guanabara. O contrato incluiu a contratação de praticagem, rebocadores para operação de saída dos cascos, parte burocrática e parte de assistência. “[O armador] deixou uma conta em torno de R$ 1 milhão só de rebocadores, podendo totalizar quase R$ 2 milhões somando todos os fornecedores”, conta Ed Nascimento, diretor técnico da AWS.
O armador adquiriu em 2016 cascos das embarcações Jari Star e Recife Star e deveria rebocá-los para o exterior, conforme plano de reboque aprovado pela autoridade marítima brasileira, iniciando viagem no Porto do Rio e tendo como destino final a Índia. No entanto, o cabo do rebocador se rompeu, deixando o navio Recife Star à deriva. Nascimento teme que ocorra outra colisão entre o Jari Star e um rebocador que estão próximos ao navio Recife Star. Segundo o diretor da AWS, há um risco de vazamento de até 500 mil litros de óleo em caso outra colisão.
Fonte: Portos e Navios