Os quatro suspeitos de matar Willys Santos da Conceição, de 27 anos, espancado em Salvador, foram postos em liberdade provisória. Após a Justiça conceder o benefício, eles deixaram a Penitenciária Lemos Brito, também na capital baiana, na tarde desta quarta-feira (10).

O crime ocorreu em 23 de março no Corredor da Vitória, área nobre da cidade no bairro Vitória.

A informação foi confirmada ao g1 pelo advogado Vinicíus Dantas, que representa os dois músicos da Orquestra Sinfônica da Bahia envolvidos no crime — o flautista Lincoln Sena Pinheiro e o violista Laércio Souza dos Santos — e o namorado de Lincoln, Marcelo da Cunha Rodrigues Machado.

O quarto suspeito libertado é Sérgio Ricardo Souza Menezes, morador da região. O advogado que defendia o homem deixou o caso e o g1 ainda não conseguiu localizar a atual defesa dele.

Segundo Dantas, todos terão que obedecer medidas cautelares, como:

  • comparecimento a um cartório para prestar informações de três em meses;
  • proibição de sair da comarca;
  • recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga.

Indiciamento

Na última sexta (5), a Polícia Civil informou que os quatro foram indiciados pelo crime de lesão corporal seguido de morte. O inquérito policial instaurado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico) e encaminhado à Justiça no dia 2 de abril.

De acordo com a corporação, câmeras de vigilância, depoimentos de testemunhas, de familiares e outros elementos coletados durante as ações investigativas colaboraram para a conclusão do procedimento.

O inquérito está sob apreciação da Justiça e depois será analisado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Relembre o caso

O crime aconteceu na madrugada de 23 de março. Informações divulgadas apontam que Laércio e o casal Lincoln e Marcelo saíam de uma lanchonete na região, por volta das 4h, quando teriam sido abordados pela vítima de espancamento. Morador da região, Sérgio passava pelo local e teria se juntado ao grupo na agressão.

Os suspeitos alegaram legítima defesa e informaram que o crime ocorreu após Willys tentar assaltá-los. A versão é refutada pelo irmão do homem, Florisvaldo Conceição.

Em entrevista à TV Bahia, ele disse que não acredita que o irmão teria tentado assaltar o trio, mas sim que teria pedido um cigarro.

Outros moradores da região relataram que ouviram os gritos da confusão e acionaram a Polícia Militar. Ao chegar o local, os agentes prenderam os quatro envolvidos em flagrante.

O corpo de Willys Santos foi reconhecido por Florisvaldo apenas em 27 de março, quatro dias após o crime. O corpo dele foi sepultado um dia após o reconhecimento, no Cemitério de Plataforma, no subúrbio de Salvador.

O que dizem as defesas

As defesas dos suspeitos não falam em espancamento. Advogado dos três jovens, Vinícius Dantas disse que seus clientes imobilizaram o homem.

“Esse rapaz tentou assaltar os meus clientes, agrediu os meus clientes, que reagiram, imobilizaram, ligaram para o 190, chamaram a polícia, esperaram a polícia chegar no local. No momento, eles soltaram o rapaz pra polícia imobilizar, ele ainda estava com vida, mas antes da polícia encostar nele, ele veio a falecer”, justificou.

À época do crime, o morador Sérgio Menezes era defendido pelo advogado Danilo Silva, que disse que o homem tentou apertar a confusão. Ele também teria acionado o serviço de emergência. “Tentei dar socorro aqui, mas parece que ele foi apagado”, teria dito o suspeito.

Na ocasião, a ATCA também informou a decisão de suspender o Concerto de Páscoa da Osba “em respeito aos acontecimentos citados”. O evento seria realizado no dia 28 de março, na Sala da Coro do teatro.

Fonte: G1