O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) esteve na tarde desta segunda-feira, 14, na foz do rio Paraíba do Sul, em São João da Barra, realizando uma nova coleta d’água com objetivo de constatar o percentual de salinização. Além do nível abaixo do normal que vem preocupando os municípios do estado do Rio de Janeiro, outro grande problema é a transposição do rio para o estado de São Paulo.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de São João da Barra, Adriano de Assis, a quantidade de água no rio está baixa, chegando a marcar nesta tarde 4,9 metros.
– Além da diminuição da água, o volume está reduzindo na foz do rio devido ao grande assoreamento que vem acontecendo, além dos desvios para as hidrelétricas. Também está sendo constatada salinização no rio Paraíba. Hoje uma equipe do Inea está fazendo uma coleta para análise e assim divulgar relatórios mais específicos -, disse.
Adriano destaca que a salinização acontece quando a maré enche, pois o rio não tem força e o mar avança fazendo com que a água salgada chegue até a capitação da Cedae.
A baixa do rio preocupa produtores rurais e produção leiteira da região, como também os municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana.
Em setembro do ano passado, o Jornal do Brasil divulgou uma matéria informando que a salinização ainda persiste, segundo relatório da LLX.
A matéria destacou ainda que um acidente ambiental ocorrido em 2012, quando um dos tanques de transferência da empresa LLX apresentou uma falha técnica durante as perfurações e extração do sal para a construção do porto idealizado por Eike Batista. O problema provocou um derrame de água salgada que atingiu córregos, rios e propriedades dos pequenos agricultores, que denunciaram o caso ao Inea.
O Inea afirmou através de nota, que todos os resultados atuais apontam que os níveis de salinidade retornaram ao padrão normal no rio Quitingute, em torno de 0,2% de salinidade. “A contaminação da área já foi solucionada”, diz a nota. O Inea ressaltou ainda que quer levantar os danos que podem ter ocorrido na época do acidente e se algum pode ter persistido até hoje.