Finalistas da Copa do Mundo, França e Croácia entram em campo neste domingo (15), às 12h, em um duelo que é a cara da diversidade histórica da Europa. De um lado, a equipe francesa mistura jogadores de origens étnicas diversas. Já os croatas, que só conseguiram a independência há 26 anos, apresentam um time homogêneo: todos de origem eslava.
A história explica.
A França colonizou regiões da África e do Oriente Médio, principalmente entre o século XIX e a primeira metade do século XX. Além disso, os franceses detêm, até hoje, territórios ultramarinos em outros continentes. A Guiana Francesa, que faz fronteira com o Brasil, é uma delas.
Assim, com a independência das ex-colônias e de outros territórios antes pertencentes à França, o país europeu viveu um fluxo imigratório no último século. O território francês recebeu imigrantes principalmente do norte da África (Marrocos, Tunísia e Argélia) e da África Subsaariana (países como Camarões e Senegal).
Os motivos variam. Há os casos de imigração econômica e os casos de pedido de asilo político ou reagrupamento familiar. Afinal, a França, uma das maiores economias do mundo, ofereceria, em tese, maiores oportunidades aos habitantes dos países mais pobres.
Como esse fluxo começou há décadas, os imigrantes de outrora deram origem a novos franceses. Eles nasceram no território da França e, portanto, têm nacionalidade local.
Por vezes, essa geração de franceses filhos de imigrantes têm pais de origens diferentes. É o caso do astro Kylian Mbappé. Ele nasceu em Paris, enquanto a mãe tem origem argelina, e o pai nasceu em Camarões.
A composição do time croata mostra um caminho invertido. Se a França agrega jogadores de origens étnicas de outras regiões do mundo, a Croácia junta atletas da mesma etnia que se espalharam pela Europa ao longo da história.
Caso de Mateo Kovacic e Ivan Raktic, nascidos na Áustria e na Suíça, respectivamente. Há também outros atletas, como Dejan Lovren e Vedran Corluka, que nasceram na Bósnia-Herzegovina.
Fonte: G1