Amigos e parentes da adolescente assassinada em Atafona na manhã de ontem, 1°, Maria Eduarda Silva Barreto, apelidada de Nyah, de 17 anos, foram ao Cemitério São João Batista se despedir da estudante. O sepultamento foi realizado sob forte comoção de toda população sanjoanense diante da brutalidade.
O corpo de Nyah foi velado na Igreja de Santa Terezinha, no bairro Vila Esperança, em Atafona, e por volta das 12h30 deste sábado, 2, em um cortejo seguiu até ao cemitério em São João da Barra. Amigos de sala de aula, parentes acompanharam todo o trajeto.
De acordo com informações da Prefeitura de São João da Barra, Maria Eduarda era estudante do Colégio Dr. Newton Alves e estaria se formando no próximo dia 18.
O namorado de Nyah, o L.L.C.S., 16 anos, segue internado no Hospital Ferreira Machado, em Campos dos Goytacazes.
O crime
Nyah e Gabriel da Conceição Bento, de 18 anos, já se conheciam há tempo e estudavam no Colégio Dr. Newton Alves, em Atafona. Na manhã de sexta-feira, 1°, Gabriel atraiu Nyah até a casa dele dizendo que queria presenteá-la com um livro, o que caracterizou que o crime foi premeditado.
Ele levou Nyah para um cômodo da casa dele e nesse momento ele começa a tentar esganá-la. Ela pegou uma faca, mas ele conseguiu desarmá-la. Em seguida, esganou a jovem até a morte. Existe possibilidade dele ter realizado o homicídio com um fio elétrico.
“Ele conta que os dois gostavam de histórias de serial killer e ele queria matar alguém, por isso, escolheu a vítima. Ao chegar na casa do suspeito, ela é esganada até a morte e ele ainda contou que comeu um pedaço do seio dela, semelhantemente a um ato de canibalismo, a estuprou ainda viva e, em seguida, escondeu o corpo embaixo de um sofá”, contou a Madeleine Dykman.
Minutos depois, ele usa o celular de Nyah para atrair o namorado dela. Gabriel afirma ter enviado uma mensagem do celular dela para trazer o namorado de Nyah ao local do crime.
“Quando o menino vai até a casa, Gabriel leva o L.L.C.S., 16 anos até os fundos da casa, e neste momento diz que matou a menina e esfaqueia o menino por trás. De acordo com as palavras do autor, a intenção dele era acertar a carótida do L.L.C.S., porque seria mais rápida a morte, mas ele desviou e acertou a bochecha dele. Neste momento, eles entram em luta corporal, o L.L.C.S. consegue entrar no quarto, medir forças com Gabriel e começa a gritar, chamando a atenção da irmã do autor que estava na casa da frente. Ela vai até a casa de trás, vê toda aquela cena de sangue e manda Gabriel parar. Momento em que o adolescente consegue fugir do local”, destacou.
Gabriel foi agredido por populares quando saiu da residência, sendo logo detido pela polícia na porta da sua casa.
“Questionado várias vezes se havia alguma relação afetiva, amor platônico, amor não correspondido, Gabriel afirma que não, afirma que eram apenas colegas e que ele desde criança tinha a vontade de matar pessoas. Disse ele que quando era criança, atraia outras crianças para lugares com casas abandonadas e tinha vontade de matar essas crianças, mas sempre hesitava. Que no dia de hoje ele chegou a hesitar, mas decidiu fazer aquilo que ele sempre quis que era matar alguém”, disse a delegada.
Ainda segundo Madeleine, esse não é o crime de feminicídio, porque não foi uma violência de gênero, ele queria matar alguém e a escolhida foi a vítima de 17 anos. “Perguntei se havia motivo específico para ser ela, e ele falou que não gostava e nem desgostava dela, mas que ambos gostavam de histórias de serial killer. Inclusive o livro que foi apreendido na casa dele, era de serial killer que eles dois gostavam. Segundo as afirmações, eles gostavam de histórias policiais e inclusive falavam que queriam ser investigadores da polícia civil”, acrescentou.
Após ter matado, ele ainda tentou praticar canibalismo, tentando tirar um pedaço do peito dela e em seguida praticou conjunção carnal. O que não se trataria de estupro e sim de vilipêndio de cadáver, mas, quem vai dizer é a perícia”, destacou Madeleine.
“Perguntamos aos familiares se havia algum histórico de violência, inclusive a irmã, que disse que sempre foi um menino tranquilo, mas que após a pandemia ele ficou muito quieto, muito calado, começou a jogar GTA, ficou muito assíduo com GTA e que alguma coisa no colégio que o desagradasse, ele dizia ‘ah, vou matar esse povo’, mas que a família nunca acreditou que isso fosse verdadeiro. A informação que ainda não foi trazida formalmente aos autos, mas diz que esse menino já foi investigado por uma tentativa de chacina, nesse colégio em São João da Barra. Ele alegou isso no seu depoimento, mas no local, policiais militares ouviram pessoas dizendo que houve uma informação generalizada e que no dia as pessoas chegaram a faltar aula no colégio e que esse fato teria sido imputado a ele, mas ele negou, disse que foi uma fake news e falaram isso porque ele era muito quieto e a irmã confirma que ele vira e mexe dizia que tinha vontade de matar pessoas”, relata a delegada.
Gabriel da Conceição Bento, de 18 anos, responderá pelos crimes de homicídio qualificado em relação a menina, homicídio qualificado tentado em relação ao namorado dela, sendo que esses crimes variam de 12 a 30 anos, e também vai responder por vilipêndio ao cadáver que dá uma pena de 1 a 3 anos de prisão.
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