Inaugurado pela Prefeitura no ano passado, Cecop segue com agendamento aberto para consulta pré-cirúrgica dos cães e gatos

Com pouco mais de um ano em funcionamento, e desde setembro de 2023 realizando cirurgias de esterilização em animais machos, o Centro de Controle Populacional de Cães e Gatos (Cecop) de São João da Barra já se consolidou como um importante equipamento de Saúde, totalmente mantido pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Saúde. O agendamento para consultas pré-cirúrgicas segue aberto sem nenhum custo aos tutores de todo o município, incentivando a posse responsável.

Dados do Cecop revelam que nos últimos nove meses já são 240 animais machos esterilizados no espaço, que fica em Atafona, e foi totalmente regulamentado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária para a realização do procedimento, que visa manter controlada a população de cães e gatos, mediante a esterilização, contribuindo para a saúde pública. Antes da fase das cirurgias, toda a equipe do espaço passou por treinamento e também foi realizado, com apoio dos agentes do Núcleo de Controle de Zoonoses — do qual o Cecop faz parte —, um cadastro e levantamento sobre a população de cães e gatos machos em território sanjoanense.

Entre as tutoras que já buscou atendimento no Cecop está a dona de casa Vitória da Penha Gomes de Almeida. Ela agendou a consulta e levou seu pinscher, que já está com a família há cinco anos após ser resgatado na rua em Atafona. “Tenho três pinschers fêmeas em casa e, com ele, estavam tendo muito filhotinhos. Então, o agente esteve lá em casa e fez um pré-cadastro, depois eu vim aqui no Centro e eles marcaram a consulta e já fez a cirurgia. Eu gostei muito da ideia. Foi rápido e o atendimento muito bom. Graças a Deus correu tudo direitinho. Eu achei ótimo esse espaço para resolver essa questão, principalmente, dos cachorros de rua”, destacou a moradora de Atafona, que esteve no último dia 13 no Cecop para a consulta pós-operatória do seu animal de estimação, quando foi feita a retirada dos pontos.

Consultados nesta semana, os gatinhos Tom e Serelepe estão entre os próximos animais a passarem pela castração ainda neste mês de junho. Ana Clara Rangel de Almeida, moradora de São João da Barra, está com o Tom há alguns meses e buscou o atendimento após passar pela experiência de ter um outro gato que foi para a rua e nunca mais voltou. “Muito importante ter esse espaço aqui. Não encontrei dificuldade para agendar e agora com a consulta já marcaram a cirurgia dele. Tenho medo de perdê-lo, porque já passei por essa experiência, e dizem que após a castração o gato fica mais caseiro”, disse.

O mesmo fez a farmacêutica Bárbara Ângelo Ferreira, que resgatou o gato Serelepe da rua ainda filhote. “Resgatamos ele e o irmãozinho na rua. Fiquei sabendo do atendimento aqui no Centro pelas redes sociais e também passando aqui na frente e aí fiz o agendamento. É muito bom ter um espaço como esse. Depois que fizermos a dele, vamos marcar a do irmão”, afirmou a moradora de Chapéu de Sol.

No entanto, a quantidade de animais machos operados no Cecop poderia ser maior se não fosse o grande número de tutores que marca consulta e até a cirurgia, e não comparecem, o que prejudica o atendimento. É o que revela a médica veterinária Leilane Gomes de Souza, responsável técnica pelo Cecop. Segundo ela, já foram marcadas 350 consultas pré-cirúrgicas no Centro, no entanto o número de animais consultados ficou em 260, diante do índice de faltantes. Até a primeira quinzena deste mês, foram cerca de 90 desistências.

Até mesmo alguns tutores que levam seu cão ou gato para a anamnésia acabam não retornando para a cirurgia de esterilização. Dos 260 consultados, 12 foram considerados, após a análise, inaptos à cirurgia, e outros oito animais os tutores não retornaram.

— Infelizmente temos uma média de 20 faltantes por mês nas consultas, o que atrapalha o nosso serviço. A equipe geralmente manda as mensagens, avisando do dia e hora. Em caso de desistência, é imprescindível que a pessoa nos avise um dia antes para encaixar outro animal, porque temos uma demanda de espera. Atrapalha o andamento das consultas. E não é uma consulta simples só para a cirurgia, mas é uma anamnese completa. Se o animal não estiver perfeito, nós vamos nos reunir, tentar fechar um diagnóstico e orientar o tratamento. Temos também o acompanhamento pós-operatório, e aqui em São João da Barra tem uma coisa diferencial dos outros municípios, que é zero morte após o procedimento — ressaltou a responsável técnica pelo Cecop.

O Centro de Controle Populacional de Cães e Gatos tem uma equipe composta por dois veterinários, auxiliares de veterinária e cuidadores de animais e recepcionista. Funcionando de segunda-feira à sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua João Batista de Almeida, 43, em Atafona, o Cecop recebe cadastro pelos contatos (22) 997560608 e (22) 31999631 – Ramal 431. A cada 14 dias o agendamento pode ser feito presencialmente no local, sempre às quartas.

— Nós iniciamos primeiro com os cães e gatos machos por ser um procedimento menos invasivo e com resultados mais rápido ao controle e diminuição desses animais — destacou a responsável técnica, informando que a Prefeitura já tem o planejamento para realizar também de forma 100% gratuita a esterilização de fêmeas.

Ainda segundo a médica veterinária, os critérios para cadastramento são: o animal ter entre seis meses e oito anos e estar vacinado; apresentação pelo responsável de cópias dos documentos de identidade, CPF, e comprovante de residência em São João da Barra. O atendimento é exclusivo para a castração e o espaço não recebe animais de doação e nem cães e gatos que são abandonados por seus donos. Vale ressaltar que o local é monitorado por câmeras de segurança e o abandono de animais é crime. A Lei 9.605/98 prevê uma multa a partir de R$ 5 mil com pena de prisão que pode levar de dois a três anos.

— O Cecop tem um cadastro de protetores, que a gente faz a cirurgia de dois animais, de cada um deles, por mês, ou até mais vezes, dependendo de como estão os faltantes. As demais pessoas só podem ser um animal a cada dois meses, então os protetores ficam mais à frente — declarou a veterinária responsável, salientando que em caso de o animal viver na rua, é possível que alguém se responsabilize por ele, assinando um termo, o que permite a realização da cirurgia.

Fonte: Secom