Fé, tradição e folclore marcaram uma semana de comemoração da tradicional festa do Divino Espírito Santo, em São João da Barra, que é uma das três cidades do estado do Rio que mantém a tradição. A celebração que teve início no último dia 14, foi encerrada no domingo 24, mantendo acesa uma tradição de 240 anos. Durante os festejos houve também o Passeio Ciclístico do Divino, além de missas, procissão e novenas.
Conhecida como uma das mais tradicionais festas da cidade, o evento reuniu um grande público de católicos que participaram de uma semana de celebrações com a abertura do Novenário e encerramento com missa na Igreja de São João Batista, quando é celebrada a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo.
A corte do ano de 2015 foi formada pela Imperatriz Layla Azevedo e o Imperador Heitor Ferreira, que seguiram cortejados por várias crianças e jovens, com a famosa marcha tradicional, mantendo viva a chama da festa. Após a missa dominical foi sorteado o novo casal para 2015 que serão Júlia Moreira (Imperatriz) e João Victor (Imperador).
De acordo com o historiador Fernando Antônio Lobato, a festa do Divino Espírito Santo existe em São João da Barra desde 1775 e sempre contou com um imperador menino.
– O primeiro foi escolhido o jovem Manoel Antunes Moreira, filho do “mamposteiro” Domingos Moreira que festejou também o outro ano pois saiu por sorteio. Realizada nas sete semanas que antecedem Pentecostes, tem seu ápice no Domingo com grandes festas, missas, cerimonias e comilanças. O imperador sempre sorteado entre a melhor gente da cidade, sempre representou status para os escolhidos. No século XX surgiu a figura da imperatriz que passa a ser a figura central do evento -, disse Fernando.
Fernando acrescenta ainda que a festa foi interrompida durante curto espaço de tempo, retornando nos anos de 1980 com grande entusiasmo do povo.
– É tradição das mais expressivas da sociedade sanjoanense e patrimônio imaterial da cidade. Espetáculo turístico de grande importância para o calendário regional. Um tanto profana, mas comemorando um dos momentos mais solenes da igreja, guarda ainda nos dias de hoje, tradição portuguesa do tempo da Rainha Santa Izabel -, concluiu.