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Foto: Robertinho Martins

Dois imóveis foram demolidos na tarde desta sexta-feira, 11, em Atafona, distrito de São João da Barra por conta do avanço do mar. Já desativados e causando riscos aos turistas e moradores da região, o primeiro imóvel foi a casa ‘turística’, como ficou apelidada por ser um atrativo turístico cultural em meio aos destroços do mar avassalador que já destruiu 15 ruas e cerca de 500 casas.  Em seguida, o tradicional Atafona Praia Clube também foi tombado.

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Foto: Elder Amaral – Parahybano

Segundo a estudante universitária de Itaperuna, Isla Santana Silva, de 37 anos, a casa era um cenário atrativo por estar inclinada e não ter caído.

– É fato que ficamos triste pelas casas que já foram engolidas pelo avanço do mar, mas por outro lado forma-se um cenário lindo em meio a destruição. É a natureza! -, disse Isla.

A Defesa Civil de São João da Barra no Diário Oficial do dia 7 de março deste ano, interditou o prédio e intimou os proprietários a executarem a demolição e como não foi feito por parte dos donos, a prefeitura entrou com um pedido no Ministério Público Estadual e em maio o MPRJ emitiu documento de nada a opor e assim foi realizado o tombamento.

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Foto: Elder Amaral Parahybano

Segundo a professora de português e literatura, Milena Luiz, a formatura de 36 anos alunos do curso de formação de professores aconteceu neste clube no dia 18 de dezembro de 1997.

– A festa aconteceu para cerca de 400 pessoas. Lembro-me como se fosse hoje, pois foi um dos grandes momentos de minha vida ao lado de grandes profissionais atualmente. Um filme passa na nossa cabeça diante desse episódio do clube. Uma parte da nossa história foi embora -, destacou Milena.

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Foto: Robertinho Martins

O clube com duas quadras esportivas que era utilizado para prática de vôlei, futsal, tênis, salão social e duas piscinas com saunas encontram-se desativado desde 2009, devido o avanço do mar, assim como a casa apresentava risco de desabamento e por isso foi tombado deixando saudades de aqueles que frequentaram e participaram de festividades no Atafona Praia Clube situado na Rua Feliciano Sodré, 229, Centro de Atafona, onde já foi palco de diversos shows em especial aos bailes de carnavais que se transformavam em noites de muita folia divididos em quatro matinês.

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Foto: Renato Timotheo – Parahybano

Teto de casa desaba em Atafona e deixa casal gravemente ferido 

Um casal ficou gravemente ferido após uma estrutura de uma casa interditada pela Defesa Civil desabar em cima deles por volta das 19h30 do dia 18 fevereiro, na Rua Carlos Silva de Oliveira, em Atafona.

As vítimas que ficaram presas aos escombros e foram logo socorridas e encaminhadas para o Hospital Ferreira Machado, em Campos.

O mar continua avançando em Atafona e no Açu

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Foto: Leitor Parahybano

Em apenas um ano, a violência do mar sumiu com uma área do tamanho de três campos de futebol.

Atafona é o segundo distrito do município de São João da Barra, a 314 quilômetros do Rio de Janeiro e que faz parte da Região Norte Fluminense. Situado na foz do Rio Paraíba do Sul, e por ter apresentado, nas últimas décadas, uma forte erosão costeira devida ao avanço do mar, diariamente sofre a perda de uma vasta parte de sua história que está sendo engolida pelo avanço do mar.

No início dos anos 70, magníficos casarões foram sendo construídos, sendo o primeiro, da Indústria de Bebidas do empresário Hugo Aquino, na Rua Capitão Nelson Pereira e assim as águas do mar vieram invadindo trechos de praia mais próximos à foz do rio, destruindo tudo que estava a sua frente.

No Açu, o mar avançou e destruiu mais um pedaço do calçamento. Nenhuma família precisou ser removida. A Defesa Civil sinalizou áreas impróprias para banho e para tráfego de veículos na localidade.

Além do avanço do mar, Atafona sofre com o assoreamento na foz do Paraíba, que prejudica a principal atividade econômica da praia, a pesca.

Atafona aguarda projeto de recuperação

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Foto: Elder Amaral Parahybano

Se os moradores do Açu sofrem com o avanço do mar, os de Atafona já vivem com essa realidade há décadas. No mês passado, na Superintendência do Patrimônio da União (SPU/RJ), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, o prefeito de São João da Barra José Amaro de Souza, Neco, protocolou o Projeto de Engenharia para recuperação da orla de Atafona, requerendo a licença ambiental — com a cessão da faixa de areia e espelho d’água — para execução do anteprojeto elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH).

O prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco, já esteve em Brasília, onde conversou com políticos da região em busca de recurso para o projeto.

Além do avanço do mar, Atafona sofre com o assoreamento na foz do Paraíba, que prejudica a principal atividade econômica da praia, a pesca.

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Foto: Fernando Antônio Lobato

O jornal ‘Voz de São João da Barra’ no dia 22 de agosto de 1974, trouxe a primeira matéria mostrando a fúria do mar que ameaçava casas do Pontal, em Atafona. Naquela época, como consta no jornal, a construção de um dique de pedras de 150 metros poderia resolver o problema dos pescadores do Pontal. Com o passar dos anos, um novo cenário vem sendo construído e casas estão sendo devoradas pelo mar avassalador.

O Pontal é conhecido também pelo grande encontro do rio Paraíba do Sul com o mar que atualmente sofre com a falta d’água e vem perdendo força.

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