Médico infectologista alerta para os riscos do uso de remédios sem prescrição médica e esclarece dúvidas sobre a hidroxicloroquina
Em tempos de Covid-19 segue valendo a regra de sempre: automedicação é contraindicada e pode levar o paciente até mesmo à morte. O alerta é do médico infectologista Renato Sodré, diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de São João da Barra, que orienta as pessoas a buscarem aconselhamento médico em caso de qualquer dúvida sobre o uso de remédios. Mas desde já deixa claro que medicamentos de uso contínuo, seja para hipertensão, diabetes, asma ou quaisquer outras doenças crônicas, devem continuar sendo tomados normalmente, mesmo que o paciente apresente sintomas da doença causada pelo novo coronavírus.
Em relação aos sintomas da Covid-19, Renato aconselha o uso de dipirona ou paracetamol, o que não substitui a necessidade de procurar ajuda médica, caso os sintomas persistam e se tornem mais severos. O medicamento que não é aconselho é o ibuprofeno.
— Estudos feitos na Itália relacionam o uso do ibuprofeno ao aumento da carga viral e por isso esse medicamento deve ser evitado — afirma o médico.
A maior dúvida das pessoas neste momento de pandemia, segundo Renato, é em relação à polêmica sobre o uso e a eficácia da hidroxicloroquina. O medicamento tem sido usado em alguns casos e ainda é um tema controverso na comunidade científica. Independente da decisão do médico de administrar ou não a hidroxicloroquina, ele explica que as pessoas não podem utilizar por conta própria.
— A automedicação da hidroxicloroquina é um grande risco à saúde e mesmo à vida das pessoas. A Covid-19 é uma doença recente e não há comprovação significativa sobre a eficácia do remédio. Em alguns casos a hidroxicloroquina tem sido usada, mas no hospital, com sintomáticos graves e monitoramento constante, já que há efeitos colaterais sérios, como arritmia, que pode levar a uma parada cardíaca, e insuficiência renal — explica.
Além de seguir as medidas de distanciamento social e de higienização das mãos, entre outros cuidados recomendados pelas autoridades de saúde pública para evitar a contaminação, Renato orienta as pessoas a se manterem hidratadas e a cuidarem adequadamente da alimentação.
— É preciso beber água e consumir alimentos saudáveis. Não só por causa do coronavírus, mas de outros vírus que circulam especialmente agora, com a temperatura mais baixa. Também é válido consumir vitaminas para fortalecer o organismo — aconselha.
Fonte: Secom – SJB