Gersinho é afastado da câmara por 180 dias

Foto: Isaías Fernandes – Folha da Manhã

A audiência de custódia, na qual os presos são levados à Justiça até 24 horas após a prisão, liberou o vereador Gerson Crispim (SD) na tarde desta quinta-feira, 17. Gersinho ficou preso na 145ª DP durante 10 horas e depois foi encaminhado para a Casa de Custódia Dalton Crespo, em Campos dos Goytacazes.

O juiz Alexandre Rodrigues de Oliveira determinou que, além de se afastar da Câmara e não ter contato com as testemunhas do processo de forma direta ou indireta, especialmente os assessores de gabinete, ele tem que se apresentar ao juízo até o dia 10 de cada mês, até o fim do processo; apresentar um comprovante atualizado de endereço no primeiro comparecimento ao juízo, bem como manter a atualizado seu endereço em todo curso do processo; proibição de ausentar da Comarca de residência pelo prazo superior a 15 dias, salvo em caso de exercício laborativa ou estudos.

A Câmara de São João da Barra deverá convocar o suplente, Alan de Grussaí, para assumir a cadeira no prazo de 180 dias. Segundo informações da polícia, foram apreendidos além da quantia de R$ 3,5 mil em dinheiro, fruto da rachadinha, um aparelho telefônico celular.

A defesa disse que ele só vai falar após ter acesso a uma delação que já estaria homologada pelo Tribunal de Justiça (TJ) e que seria de um assessor dele, que prestou depoimento nesta quarta na DP. A ação que levou Gersinho à prisão corre em sigilo no Terceiro Grupo de Câmara Criminais do TJ. A delação do assessor foi homologada 15 dias antes da prisão do vereador. A defesa de Gersinho ainda não apresentou nenhum recurso à Justiça.

Foto: Parahybano

A prisão em flagrante foi efetuada logo após o vereador ter recebido de um assessor R$ 3,5 mil, que seriam fruto da prática de rachadinha – o confisco de parte dos salários dos servidores – o que configura crime de peculato. Gerson Crispim já vinha sendo investigado pelo MPRJ por supostos repasses de valores mensais da remuneração de servidores nomeados por ele para trabalhar em seu gabinete, sendo a prisão decorrente de ação controlada judicialmente comunicada.

A ação foi realizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (GAOCRIM/MPRJ), do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

A Câmara Municipal de São João da Barra, por meio de nota, esclareceu que nada tem a acrescentar ao que já foi divulgado pela imprensa acerca do ocorrido na manhã de hoje com um dos vereadores desta Casa de Leis. O Legislativo esclarece, ainda, que vai aguardar o desenrolar das investigações, que estão a cargo do Ministério Público.

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