Cedae diz que Região Metropolitana do Rio não terá racionamento de água
“O Rio é um bom exemplo de que quando se trabalha com engenharia, se antecipa, se evita problemas futuros. É o que a gente tem feito nos últimos anos. Em função das modificações que fizemos em uma série de captações no Rio de Janeiro, de melhorias, implantações de centro de controles operacionais desde 2007 faz com que hoje se tenha uma crise muito grande em outros estados e não tenha no Rio”, garantiu Victer.
Segundo ele, a Cedae pede à população para que use a água de maneira racional, mas nega que vai ocorrer o racionamento. Ele destaca que é preciso primeiro entender o Rio Paraíba do Sul, que é federal, com 1.137 km de extensão, com quatro reservatórios estabilizadores: Paraibuna, Jaguari e Santa Branca, em São Paulo, dois administrados pelo governo paulista e um pela Light, e o Funil, no Rio, administrado por Furnas. Ele explicou que a Cedae não administra esse reservatório.
Victer explica que o Sistema Guandu, que é bastante moderno, é feito através de transposição de Santa Cecília. Então quando há uma crise em São Paulo, por exemplo, que é uma crise de reservatórios que são administrados pelos governos é totalmente diferente do Rio de Janeiro. A Cedae investiu em modificações de captações, em fazer trabalhos de repovoamento de margens de rios, como o ocorreu no Rio Guandu, que é estadual, e em fazer sistemas de controle operacional que se possa maximizar a utilização da água.
“Por isso, a ANA faz essa redução, mas ela foi acordada com o governo do estado, em função do trabalho que o governador Luiz Fernando Pezão fez recentemente com o ministro Luiz Fux no STF, que é uma economia que se faz para guardar água para o futuro. Por isso, temos essa tranquilidade técnica”, garante Victer.
O presidente da Cedae lembra que o Rio Paraíba do Sul nasce em São Paulo e tem vários pontos de captação ao longo de seu curso e esses pontos não são administrados pela empresa. Na Região Metropolitana do Rio, como no passado foi previsto esse problema, foi modificada a captação, faz com que o Rio possa suportar a redução que a gestora ANA vai fazer de 160 metros cúbicos para 140 metro cúbicos por segundo de vazão.
“Fizemos o dever de casa aqui e ainda não estamos tendo problemas. Mas volto a repetir, usar a água de maneira racional é muito importante”, frisa Victer.
Ele explica que em algumas indústrias, quando há a redução da vazão, tem-se o fenômeno chamado de introdução da língua salina, que acontece na foz do Rio Paraíba do Sul, em São João da Barra. Ou seja, existem indústrias que usam água da Cedae e tem outras que têm outorga para captar diretamente. Essas últimas poderão ter problemas de introdução de água salina. Mas normalmente eles têm planejamento e fatores para reduzir esse impacto.
Victer diz que a utilização do volume morto é prevista pela ANA. Sendo que os reservatórios utilizados por São Paulo são também usados para gerar energia elétrica. No Rio, o uso de termelétricas reduz esse impacto.
Fonte: G1