Pelo alto, aproveitando a boa pontaria de sua força aérea, a Alemanha venceu mais uma “guerra” contra a França, desta vez por 1 a 0, nesta sexta-feira à tarde, no Rio de Janeiro, e se classificou para a semifinal da Copa do Mundo pela quarta vez seguida, um recorde no torneio. Um gol de cabeça do zagueiro Hummels no primeiro tempo manteve a supremacia dos alemães sobre os rivais históricos, desta vez em duelo disputado no campo de batalha do Maracanã, que recebeu a sua partida de número 100 desde que foi completamente reformado.
Com a vitória nas quartas, a Alemanha agora espera o ganhador de Brasil e Colômbia, em jogo que acontece ainda nesta sexta, em Fortaleza. A semi está marcada para a próxima terça-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Este foi o quarto encontro entre os dois rivais europeus em Copas. Com o triunfo no Brasil-2014, os alemães eliminam os franceses pela terceira vez, assim como aconteceu nas semifinais da Espanha-1982 e México-1986. Apenas na Suécia-1958 a França levou a melhor.
No ótimo confronto tático desta sexta, disputado sob sol forte no Rio, a eficiência alemã saiu vitoriosa em um jogo bastante disputado no meio-campo. O gol de Hummels no início fez os germânicos jogarem com inteligência, apresentando boa troca de passes e controlando bem a tentativa francesa de buscar a igualdade.
O jogo – Cientes de que cada detalhe poderia mudar o desenrolar do duelo, os dois treinadores trataram de mexer nos times e usar da melhor maneira as peças que tinham à disposição. Na França, Didier Deschamps escalou Griezmann na frente, formando o trio ofensivo com Valbuena e Benzema, e deixando Giroud no banco. Na Alemanha, alterações mais significativas em relação aos jogos anteriores. O técnico Joachim Löw cedeu às cobranças e deslocou o capitão Lahm na lateral direita, colocando o volante Khedira entre os titulares. Outra novidade entre os 11 foi a presença do centroavante Klose, deixando Götze na reserva.
Em um duelo tático e estratégico onde conquistar cada pedaço de território do meio-campo seria fundamental, as duas equipes buscavam através da troca de passes curtos chegar ao ataque, sem rifar a bola. Na maior parte do primeiro tempo, foram os pés dos alemães Schweinsteiger, Toni Kroos e Özil que ditaram o ritmo, com domínio da posse de bola mais amplo.
A França até já tinha assustado uma vez em finalização de Benzema, mas foi a Alemanha que fez valer a sua melhor atuação para abrir o placar. Se tentativa de envolver o adversário era quase sempre por baixo, foi o ataque aéreo que deu resultado, e o gol saiu em uma jogada pelo alto. Aos 12 minutos, Kroos cobrou falta para a área e o zagueiro Hummels, que passou a última semana gripado e com febre, desviou de cabeça para fazer 1 a 0.
Os franceses levaram um tempo para assimilar o golpe, enquanto isso os alemães chegaram a reclamar de dois pênaltis cometidos por Debuchy, primeiro em Klose e depois em Müller, mas os atacantes forçaram a jogada e a arbitragem nada apitou.
Perto dos 30 minutos, os Le Bleus tiveram calma para acertar melhor os passes e equilibrarem as ações. Cabaye, Matuidi e principalmente Pogba conseguiram fazer o jogo fluir um pouco melhor, apesar de os alemães também levarem perigo quando atacavam pelos lados. Com isso, Valbuena quase empatou em chute cruzado, mas o goleiro Neuer fez grande defesa. Um pouco depois, Neuer teve que trabalhar novamente em chute de Benzema.
O forte calor de quase 30 graus Celsius no Rio de Janeiro castigava os times e, mesmo após o kdescanso no intervalo, os jogadores voltaram para o segundo tempo em um ritmo mais lento. Sem alterações, demorou para o duelo voltar a empolgar. Enquanto isso, nas arquibancadas os gritos de “Super Deustchland” e “Allez Le Bleus” rivalizavam com os torcedores brasileiros cantando “Colômbia pode esperar, a sua hora vai chegar”.
Em desvantagem no placar, a França passou a ter mais o controle da bola em busca do empate, mas os germânicos davam poucos espaços na defesa. A primeira oportunidade francesa na segunda etapa foi em uma cabeçada de Varane, mas Neuer pegou com tranquilidade. Depois, a Alemanha respondeu em finalização de Müller que saiu raspando à trave.
Para dar mais gás aos times, os dois treinadores mexeram. Löw colocou Schürrle no lugar de Klose, que está empatado com Ronaldo como maior artilheiro da história das Copas, com 11 gols cada, mas passou em branco nesta sexta. Deschamps trocou Sakho por Koscielny e depois tirou o volante Cabaye para a entrada do atacante Rémy.
Apesar da insistência francesa, o sólido sistema defensivo do adversário impediu que a equipe criasse chances claras de igualar o marcador. Nos contragolpes, a Alemanha ainda quase ampliou em chute de Schürrle, que exigiu grande defesa do goleiro Lloris. Nos acréscimos, Benzema teve a última chance, mas o 1 a 0 permaneceu até o fim.
Com o apito final, o gol solitário de Hummels foi suficiente para levar a seleção alemã à mais uma semifinal de Copa do Mundo, a quarta seguida e a 14ª na história. E o sonho do tetracampeonato alemão segue vivo, e à espera de Brasil ou Colômbia na próxima fase.
Fonte: msn.com