Em 1770, o vigário Encomendado da matriz de São João, Diogo de Carvalho da Costa, compareceu em audiência pública com o Corregedor José Ribeiro Guimarães de Athayde, afim de solicitar auxílio do Senado da Câmara para o conserto da matriz que estava por cair. Em solene discurso, declarou o vigário que “seria maior desgraça deixar-se extinguir um templo que só para a sua glória bastava ser o mais antigo da Capitania da Paraíba do Sul.”
Construída em 1630, por Lourenço do Espírito e mais pescadores, a primitiva capelinha de São João da Praia foi confirmada em 1644 pelo prelado do Rio de Janeiro D. Antônio de Maris Loureiro. Construída de palha foi refeita e ampliada diversas vezes. Sempre na mesma posição e no mesmo lugar…
Em 1780, José Ferreira Passos e Josepha de Anchieta, mulher de Francisco Pereira Chelas, saindo festeiros de São João, fizeram derrubar a velha capela e reconstruíram com muito boa madeira…
Em 1818, finalmente foi reconstruída de pedra e cal, pelo empenho do vigário Francisco José Pereira de Carvalho, com o legado pior do Padre Belchior Alves Rangel e Silva, irmão do Barão de São João da Barra. Nessa obra, além do espaçoso edifício central, foram acrescentadas varandas, consistórios e sacristias.
Em 1840, com as obras finalmente concluídas foi o interior totalmente decorado com ricos afrescos do pintor campista Clemente de Magalhães Bastos, cuja obra prima, o quadro “Homem-Deus” destacava-se no pináculo do edifício.
Não havia, nos primórdios, irmandade, sendo os bens da igreja, administrados pelos tesoureiros em comum acordo com os vigário, o que vez por outra gerava conflitos mais ou menos funestos… Eram esses bens: casas, gado e jóias, fruto de doação dos devotos.
A irmandade surgiu em 1857 instituída pelo Comendador Joaquim Thomas de Farias, com seu compromisso aprovado legalmente.
Em 15/07/1882, durante a madrugada, um grande incêndio destruiu o corpo central do edifício, todo o telhado ruiu e as chamas transformaram em cinzas o rico interior, destruindo imagens e paramentos.
Reconstruída nos anos seguintes, manteve seu exterior barroco, modificando o interior para o feitio atual…
Na década de 1940 foi acrescentada a torre sineira.
Atualmente passa por uma minuciosa restauração que busca trazer de volta sua beleza original.
Por Fernando Antônio Lobato Borges