O Dia da Consciência Negra será lembrado pela Câmara de São João da Barra na próxima terça-feira (30), a partir das 19h, com a entrega do Prêmio Zumbi dos Palmares ao músico João Batista Moreira Ferreira, vocalista e um dos fundadores da Banda TB-6. A noite será marcada, ainda, pela entrega do Troféu Consciência Negra aos sanjoanenses: Enildo Monteiro, Denise Rodrigues Cândido, Conceição de Maria Anacleto, Jonathan Ribeiro da Silva, Bruno da Silva Germano, Antônio Marcos Pinto Maria e Laysa Magalhães Soares.
A solenidade – instituída por meio da resolução nº 398/2019 – visa homenagear, anualmente, pessoas de descendência negra que tenham se destacado no cenário municipal por ações resultantes em benefício da comunidade sanjoanense e/ou atuado na defesa, conscientização e preservação da cultura negra. “Muito importante este evento, pois além de homenagear pessoas de descendência negra que fazem parte da história do nosso município, também proporciona um espaço de reflexão sobre igualdade racial e combate ao racismo”, disse o presidente da Câmara, Elísio Rodrigues.
Biografia – Nascido na sede do município, João da TB-6 (como é mais conhecido) é filho do casal Elço Ferreira e Venina Moreira Ferreira. O artista tem 60 anos, é casado com Danielle Barros Pacheco e tem cinco filhas. Estudou no Colégio Estadual Alberto Torres; no Cenecista e, mais tarde, no Colégio Batista Fluminense, em Campos. Começou a trabalhar na adolescência, vendendo bombocados que sua mãe fazia. Por volta de 16 anos, começou a cantar na banda The Big’s, fundada por seus irmãos em 1971. Pouco tempo depois, resolveram mudar o nome para TB-6, já que eram seis irmãos. Bastante conhecida na região, a banda faz sucesso até hoje e arrasta multidões por onde passa com seu repertório bem eclético.
João ficou conhecido também pela canção “Linda Cidade”, de sua autoria. “Eu amo cantar! Meu prazer é cantar”, disse o sanjoanense. Com uma carreira consagrada, mas mantendo aquele jeito simples de ser e de levar a vida, ele conta o que achou de ser agraciado pela Câmara. “É sempre bom receber uma homenagem, né?”, diz João, acrescentando o que pensa sobre a data. “Quando se fala em consciência negra acho que vem logo na cabeça das pessoas aquela ideia de discriminação, né? Mas, sabe que nunca liguei para comentários sobre a minha cor? Acho que o preconceito está mais na cabeça das pessoas do que em nós mesmos”, ressaltou.
Líder – O Dia da Consciência Negra foi instituído no Brasil em alusão ao alagoano Zumbi dos Palmares, que nasceu em 1655 e tornou-se um ícone da resistência negra à escravidão, ao liderar o Quilombo dos Palmares. Embora tenha nascido livre, foi capturado aos sete anos de idade e entregue a um padre católico, do qual recebeu o batismo e foi nomeado Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre nas celebrações de missas. Porém, aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pelo qual lutou até a morte, no dia 20 de novembro de 1695.