– Considera importante a região ter uma representatividade na Alerj?
Sim, claro. É muito importante.
– Quais as vantagens dessa representatividade?
Quando temos um deputado de perto, que conhecemos, é mais fácil para a população ter acesso. E o deputado conhece muito melhor as necessidades da região.
– Conte um pouco de sua trajetória na política.
Iniciei no movimento estudantil. Fui presidente do Diretório Acadêmico Rui Barbosa, na Cândido Mendes, quando cursei Direito. Participei de movimentos importantes sobre a luta pelos royalties de petróleo, dos direitos dos produtores rurais do quinto distrito de São João da Barra. Atualmente presido o PR de São João da Barra. Também integro a coordenação de segurança pública da 12ª Subseção da OAB.
– Por qual motivo quer ser eleito?
Defendo a renovação na política. Quero contribuir para dar um novo tom à forma de fazer política. Transformar o mandato em um instrumento coletivo de representatividade, em um processo coletivo capaz de lutar pelas mudanças que queremos e precisamos na política.
– Se eleito, quais são seus planos para contribuir para o avanço da região?
O Norte Fluminense está crescendo e muito deste crescimento a partir da realidade do porto do Açu em São João da Barra. Mas como todo processo de desenvolvimento há os impactos positivos e os negativos. Temos que evitar ou ao menos minimizar os negativos e focar nas oportunidades. Precisamos ter capacitação para os nossos jovens voltados para a realidade vocacional de cada lugar, temos que investir em segurança pública integrada. Outro assunto importante é também em relação aos jovens e o problema das drogas. As clínicas de reabilitação precisam funcionar e em conjunto com ações integradas junto com as famílias. Há muitas questões importantes no nosso Estado do Rio. Tenho conversado bastante com as pessoas em nossas reuniões e novas ideias vão surgindo. A região precisa avançar como um todo. O Estado precisa avançar como um todo. É preciso haver um equilíbrio. Isso é positivo para os municípios menores e para os grandes municípios.
Já ocupou algum cargo público eletivo? Se sim, quais foram os principais projetos ou ações desenvolvidos durante a sua gestão?
Não. É a primeira vez que me candidato. Tem sido uma experiência muito positiva essa troca de ideias com as pessoas, tem sido um grande aprendizado. E estou confiante que farei um mandato muito positivo na Alerj. A região pode contar com isso. São João da Barra pode contar com isso. Não me falta disposição nem vontade de fazer um trabalho bacana e inovador na Alerj.
– Na área da juventude, quais são suas propostas?
Como já disse, me preocupa muito a oportunidade no mercado de trabalho. É preciso capacitar nossos jovens através das unidades da Faetec e outras instituições. O Estado precisa investir nisso. Também tenho preocupação com a propagação das drogas. Temos que organizar esse trabalho, investindo em educação, em esporte, em cultura, e também tratando nossos jovens que chegaram à condição do vício, de forma adequada e integrada.
– Como definiria sua ideologia política?
Acho que o conceito de esquerda e direita perdeu um pouco do foco original nas últimas décadas. Mas me considero um republicano e defensor da liberdade e da justiça. Considero essa forma de ver e viver na sociedade uma forma de ideologia.
– O que acredita que esteja faltando para a população do Rio de Janeiro?
Falta muita coisa. Mas temos as oportunidades. É um Estado com muitas vocações e o que precisa é organizar os investimentos públicos e procurar o equilíbrio. As pessoas querem boa estrutura de saúde pública, educação de qualidade e dignidade conquistada no mercado de trabalho. Com esses pilares bem desenvolvidos, podemos trabalhar em muitas outras frentes.
– Dentre todos os seus projetos, existe algum na luta em defesa da água? Descreva como pretende lutar.
Nossa luta pontual é que não prejudiquem mais nosso Rio Paraíba do Sul, que enfrenta uma seca histórica. A população precisa fazer sua parte e economizar água. Isso já não é uma questão pontual, é uma nova postura, inclusive mundial, que todos devem adotar. Mas não podemos deixar que nos prejudiquem. Como deputado, quero levar estar pauta à Alerj. Propor debates e audiências públicas, chamar para a discussão as universidades, os pesquisadores, a sociedade civil organizada. Temos que discutir e decidir. Defender nossa água, especialmente nossa foz em São João da Barra.
– Por falar em água, São João da Barra vem sofrendo com o alto índice de salinidade na CEDAE e inúmeras vezes o fornecimento tem que ser suspenso. Como vê essa situação? Qual a solução dentro dos seus planos?
Esse é um problema antigo. Inclusive atuei como advogado de alguns produtores rurais do quinto distritos que já vinham sofrendo com o problema. Mas agora não há dúvidas que o problema agravou com a seca e mais ainda, com a ameaça de nova intervenção no Rio Paraíba do Sul em São Paulo. O Rio Paraíba do Sul é vital para nós, mas precisamos encontrar alternativas de captação. Todos devem ser chamados ao debate, inclusive a própria Cedae. Vamos encontrar juntos a solução, porque a água é essencial e não há possibilidade de a situação piorar, nem mesmo ficar como está. Nosso mandato será instrumento desta causa. Acredito no diálogo e na decisão a partir do diálogo, sem muita conversa sem solução, sem muitas constatações em cima de constatações enquanto o tempo passa. Já se conhece o problema. É preciso unir conhecimentos e forças políticas e chegar à solução.