10615325_321808741314590_1367265355052910467_nA cota mais baixa do Rio Paraíba do Sul desde que a régua foi instalada, em 1922, foi registrada em 4,95, a mais baixa em 25 anos e o município de São João da Barra já contabiliza os prejuízos com a falta de água potável. Além da baixa captação d’água, o rio sofre com a alta quantidade de salinidade. A informação foi destacada nesta quarta-feira (20) durante audiência pública realizada pela Câmara de Vereadores sobre a cogitada proposta de transposição de águas do Paraíba para atender São Paulo. Participaram do debate, além dos vereadores, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul, Sidney Salgado, o diretor do Comitê representando a Uenf, João Gomes e o diretor-administrativo do comitê, Zenilson Coutinho.

Segundo Sidney, o maior problema enfrentado hoje em São João da Barra é a redução da vazão do rio que, consequentemente, leva à invasão da água do mar pela foz, também conhecida como “língua salina”. Além disso, ressaltou João Gomes, a água está chegando à estação de tratamento com baixa qualidade. “Há traços de salinidade até a ponte da Lapa em Campos”, ressaltou Sidney.

Eles explicaram como tem sido o trabalho dos comitês da bacia hidrográfica, parabenizaram o legislativo sanjoanense pela iniciativa do debate e sugeriram que os municípios de São Francisco de Itabapoana, Campos e São João da Barra se mobilizem promovendo ações contra a retirada de água. “Se essa transposição vier mesmo a ocorrer, certamente vai trazer ainda mais prejuízos. Os comitês não concordam com essa proposta, inclusive, temos procurado discutir o assunto em reuniões como esta para que a comunidade também se envolva” conta Sidney.

Ele lembrou que São Paulo tem outras opções de abastecimento e não existe argumento técnico que comprove o contrário. “Sabemos que o uso do rio para o abastecimento humano é prioritário, mas no nosso Estado, o Paraíba é o rio fundamental para o abastecimento de todas as cidades do Estado”, destacou Sidney.

– Esta reunião de hoje teve por objetivo levar mais informação à população sobre esse problema, pois temos visto muitas notícias sobre esse projeto de transposição e as pessoas acabam ficando com dúvida. Estamos atentos ao problema e vamos continuar trabalhando para buscar uma solução – destacou o presidente da Câmara de SJB, Aluizio Siqueira.

Várias perguntas foram feitas pela comunidade, que se demonstrou preocupada com pontos como: indenização aos municípios que vêm sofrendo com o impacto, se existe estudo para captação de água no aquífero, se a contenção de partículas nas represas contribuem para o avanço do mar.

 

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