O impacto da Black Friday sobre as vendas de Natal gerou até uma discussão sobre a antecipação da data para setembro ou outubro
Muitos consumidores aguardam as promoções da Black Friday para comprar os presentes de Natal. Esse movimento é sentido pelo comércio varejista, que sente uma retração nas vendas de Natal desde que a Black Friday foi introduzida no calendário varejista do país.
“Tira das vendas de Natal, sim. Muita gente aproveita as ofertas para comprar presentes”, afirma Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
A Black Friday é uma data importada do comércio dos Estados Unidos, que realiza grandes promoções na sexta-feira seguinte ao feriado de Ação de Graças. No Brasil, o fator propulsor para a Black Friday é outro: 13º salário.
“Muita gente usa a primeira parcela do 13º salário para comprar com desconto”, diz Solimeo.
O 13º salário é pago em duas parcelas: a primeira no último dia útil de novembro e a segunda, até 20 de dezembro. A Black Friday deste ano cairá em 24 de novembro.
A questão do impacto da Black Friday sobre as vendas de Natal gerou até uma discussão sobre a antecipação da data para setembro ou outubro. Solimeo diz que o setor se dividiu sobre o tema e o assunto deve voltar a ser debatido em 2018.
“Uma parte do setor acredita que a data já se consolidou e que a alteração exigirá mudanças na estratégia comercial”, afirma o economista.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por exemplo, é favorável à manutenção da Black Friday para o fim de novembro.
Para o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, Pedro Guasti, o crescimento da Black Friday no mundo, com base em uma mídia espontânea e nas estratégias comerciais das empresas americanas, já está consolidada no mercado nacional.
De acordo com a Ebit, no Brasil, o varejo online vendeu R$ 1,9 bilhão na Black Friday de 2016, uma alta de 17% em relação ao evento do ano anterior.
A expectativa da ACSP é que as vendas das lojas on-line cresçam 15% na Black Friday deste ano na comparação com 2016. Já o movimento das lojas físicas deve subir de 3% a 5% na mesma comparação.
Fonte: Veja