O Complexo Portuário do Açu, em São João da Barra, através da Prumo que é controlada pelo grupo EIG Global Energy Partners desde 2013, já recebeu mais de 150 embarcações somente neste ano e intensificará suas atividades em 2016 com o início da operação do terminal de petróleo, as atividades de distribuição de combustível marítimo e o início de operação da maior base de apoio offshore do mundo.
O Porto do Açu emprega atualmente cerca de 10 mil pessoas, sendo 3,5 mil já na operação das unidades. Quando estiver em operação plena, a previsão é que o Porto do Açu gere cerca de 40 mil empregos.
– Com mais de 150 embarcações recebidas neste ano no Porto do Açu, o início das operações do Terminal Multicargas (T-MULT) e os novos contratos comerciais e parcerias assinados ao longo deste ano, celebramos um novo momento para a Prumo. O Porto do Açu irá intensificar suas atividades em 2016 com o início da operação do terminal de petróleo, as atividades de distribuição de combustível marítimo e o início de operação da maior base de apoio offshore do mundo -, conta Eduardo Parente, CEO da Prumo.
A Prumo divulgou ontem, 11, o resultado do 3º trimestre deste ano, e registrou o quarto período seguido com EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo. De julho a setembro deste ano, a companhia registrou R$ 55,2 milhões de EBITDA, principalmente devido ao aumento da receita com o início do contrato de take-or-pay com a Anglo no final de 2014 e com novos contratos de aluguel de área e movimentação de cargas no Porto do Açu que conta com 90 km² de área, divididas em dois terminais: o Terminal 1 (T1 – terminal offshore) e o Terminal 2 (T2 – terminal onshore).
Destaques
Entre os destaques do trimestre está a assinatura de contrato com a Votorantim Metais para a movimentação de bauxita e coque no Terminal Multicargas (T-MULT) do Porto do Açu. A 1º operação com bauxita ocorreu em agosto deste ano e a 2º foi concluída em 29 de outubro, totalizando 75 mil toneladas de bauxita carregadas nestas duas operações.
A Prumo também assinou contrato com a empresa alemã Oiltanking para a venda de 20% do Terminal de Petróleo (T-OIL) do Porto do Açu pelo valor de US$ 200 milhões. A Oiltanking também será responsável pelas operações do T-OIL. O terminal está licenciado para movimentar até 1,2 milhão de barris de óleo por dia, com capacidade para receber navios de grande porte do tipo VLCC (very large crude carriers). Inicialmente serão realizadas operações de transbordo de petróleo, de navios tanques especializados para navios convencionais, reduzindo o frete de exportação em até 60%. A operação será realizada em área abrigada e com a proteção de barreiras de contenção, o que possibilita uma operação segura durante todo o ano.
Além disso, a Porto do Açu Operações (subsidiária integral da Prumo), assinou com a OSX CN o Contrato de Gestão, que prevê que a Porto do Açu gerencie a exploração comercial da área ocupada pela OSX CN no complexo portuário do Açu. O contrato, que conta com interveniência da Caixa Econômica Federal, confere exclusividade à Prumo para prospectar novos investidores dispostos a instalar empreendimentos voltados ou relacionados à indústria naval.
Outro destaque foi o alongamento da dívida de curto prazo da companhia, com a assinatura de acordo com os bancos Bradesco e Santander para repasses de financiamento do BNDES no valor de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. O montante do financiamento será integralmente utilizado para liquidar empréstimos-ponte concedidos anteriormente pelo BNDES. O prazo do financiamento será de 18 anos, com 4 anos de carência e 14 anos de amortização. Os R$ 500 milhões restantes dos R$ 2,8 bilhões aprovados pelo BNDES, destinados à investimentos para a conclusão da obra do porto, serão repassados por um terceiro banco ainda a ser definido.
Além disso, em outubro a Prumo realizou uma negociação com uma afiliada do grupo canadense Brookfield para a subscrição de US$ 200 milhões de títulos de dívida no exterior emitidos pela companhia. Os títulos foram emitidos pela Prumo Participações e Investimentos, subsidiária integral da Prumo Logística. Os Títulos de Dívida vencerão em 30 de setembro de 2022, com taxa de juros de 8,50% ao ano e um cronograma de amortização com parcelas trimestrais de juros e principal, com o pagamento da primeira parcela de juros em 31 de dezembro de 2015 e 1º pagamento de parcela principal em 30 de junho de 2016.
Ainda no trimestre, a Prumo anunciou que decidiu não prosseguir com a celebração dos contratos definitivos para desenvolvimento de um Hub de Gás no Porto do Açu, previstos no Memorando de Entendimentos firmado com a Bolognesi. No entanto, a empresa informou que continua avançando com os estudos e negociações relacionados ao Hub de Gás, especialmente em razão das vantagens competitivas do Porto do Açu decorrentes de sua localização e de sua infraestrutura já existente.
Resultado
De julho a setembro deste ano foram investidos R$ 282 milhões no Porto do Açu (não incluindo juros capitalizados), sendo R$ 59,7 milhões pela Ferroport e Anglo American, e R$ 222,3 milhões pela Prumo (pelas subsidiárias Porto do Açu Operações e Açu Petróleo S.A.), excluindo o valor investido pela Prumo no quebra-mar do T1, já contabilizado no Capex da Ferroport.
Do total de R$ 282 milhões investidos, R$ 30,1 milhões foram aplicados na construção do quebra-mar, R$ 18,5 milhões em dragagem e R$ 100,2 milhões no Terminal de Petróleo (T-OIL), todos no Terminal 1. No Terminal 2, foram investidos R$ 20,9 milhões no T-MULT, R$ 25,1 milhões no quebra-mar, R$ 64 milhões em obras de infraestrutura e R$ 17,1 milhões na BP Prumo, entre outros.
De 2007 até setembro de 2015 já foram investidos aproximadamente R$ 10,3 bilhões no Porto do Açu (incluindo juros capitalizados). Deste montante, R$ 3,9 bilhões foram aplicados pela Ferroport e Anglo American, e R$ 6,4 bilhões pela Prumo. O Capex estimado da Prumo para o ano de 2015 é de R$1 bilhão.
No 3º trimestre de 2015, a receita líquida consolidada foi de R$ 102,7 milhões. O incremento verificado, em relação ao mesmo período de 2014, refere-se principalmente aos novos contratos assinados no final de 2014, ao longo de 2015 e ao início das operações da Ferroport em outubro de 2014. Somente a receita líquida referente ao contrato de take-or-pay com a Anglo, totalizou R$ 75,1 milhões.
A Companhia fechou o terceiro trimestre com um saldo em caixa e equivalentes de R$ 96,8 milhões e com endividamento líquido de R$ 3,3 bilhões, incluindo os juros e atualização monetária. Com o refinanciamento da dívida com os bancos Bradesco, Santander e BNDES, a dívida financeira de curto prazo foi integralmente estendida para o longo prazo. Desta forma, o balanço da Companhia no próximo trimestre já irá refletir esta operação.
O resultado financeiro líquido consolidado no período foi negativo em R$ 95,9 milhões, impactado pelo início das operações, uma vez que parte das despesas financeiras deixaram de ser capitalizadas e passaram a transitar pelas demonstrações de resultado. As despesas financeiras foram de R$ 118,4 milhões, compostas principalmente de juros, corretagens e variação monetária. As receitas financeiras foram de R$ 22,5 milhões, compostas principalmente de juros sobre mútuo, rendimentos sobre aplicações financeiras e juros. O prejuízo líquido foi de R$ 36,7 milhões.
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