A última quinta-feira (22/05) foi de estudo para a agricultora familiar Claudinéia Mota da Silva, 37 anos. Diferentemente da rotina de acordar cedo, ir para a roça e sair do sítio para fazer faxinas na zona urbana, ela levantou cedo e, junto com outros colegas do Assentamento Santo Amaro (na microbacia Rio Preto, em Campos dos Goytacazes), ela foi para o município de Conceição de Macabu para um dia inteiro de palestras no V Rio Leite Norte. Promovido conjuntamente pela secretaria estadual de Agricultura (através da Emater-Rio, Pesagro-Rio e dos programas Rio Leite e Rio Rural), Embrapa Gado de Leite. Prefeitura e demais parceiros, o encontro integra as ações do governo estadual para promover o fortalecimento do setor com o aumento da produtividade e produção leiteira fluminense. Ao todo, o simpósio atraiu cerca de 500 pessoas, entre profissionais ligados ao setor agropecuário, estudantes e produtores rurais. “Aprender é muito importante. Estas palestras abrem a mente da gente. Meu marido não pode sair porque ele é quem tira o leite, mas venho sempre que posso e repasso tudo para ele”, disse.
Há quase dois anos Claudinéia e o marido receberam incentivo técnico e financeiro do Programa Rio Rural para a montagem de um pastejo rotacionado – técnica de manejo das vacas que melhora a produção de leite – e, desde então, diz que a vida no sítio está mais fácil. “Na verdade, o Rio Rural mudou nossa expectativa com o sítio. Ainda trabalho de diarista na cidade, mas estou perto de conseguir meu sustento só da roça. Nossa produção de leite era de apenas 15 litros/dia e agora estamos com 60 litros com sete vacas. Ainda é pouco, mas estamos planejando trocar alguns animais e a produção tende a aumentar. Até o fim do ano vamos investir numa horta maior e vou deixar as faxinas. Tenho uma horta pequena e estou cheia de compradores”, disse.
Para o médico veterinário da Emater-Rio, Renato Cortes, o Rio Leite é uma oportunidade para que os produtores conheçam novas tecnologias de produção e troquem experiências entre si. “Os exemplos dos que estão com a produtividade muito alta despertam a vontade dos outros. Isso é o melhor incentivo que eles podem receber”, explicou. E foi através dos exemplos de sucesso que o agricultor familiar Rodrigo Tavares, 28 anos, resolveu investir na bovinocultura leiteira. “Só plantava aipim, mas desde que começaram as reuniões do Rio Rural , comecei a tomar conhecimento de que o leite poderia ser uma boa opção . O técnico da Emater-Rio avaliou minha propriedade e disse que eu podia ter um pastejo rotacionado. Estou me preparando para começar a produção e acho que isso vai transformar minha realidade”, disse o agricultor, que vive na microbacia Morro do Coco, em Campos.
Durante todo o dia, os participantes ouviram palestras sobre ações de assistência técnica e extensão rural ; manejo de dejetos orgânicos na recuperação de solos para produção de forrageira; saúde do rebanho bovino leiteiro sob sistema orgânico de produção ; e, por fim, a influência das práticas de ordenha sobre a qualidade do leite.
Participaram do evento o secretário estadual de Agricultura, Alberto Mofati; a presidente da Emater-Rio, Stella Romanos; o prefeito de Conceição de Macabu, Cláudio Linhares; o representante da Cooperativa de Conceição de Macabu, Geraldo Machado; além de técnicos da Emater-Rio e demais autoridades.
Fonte: Rio Rural