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Foto: Elder Amaral

O Atafona Praia Clube será demolido em uma semana, segundo decisão publicada no Diário Oficial do último sábado, 07. A Defesa Civil de São João da Barra já interditou o prédio e intimou os proprietários a executarem a demolição, caso não seja feito por parte dos donos, a prefeitura entrará com um pedido no Ministério Público para que seja feito o tombamento.

O clube com duas quadras esportivas que era utilizado para prática de vôlei, futsal, tênis, salão social e duas piscinas com saunas encontram-se desativado desde 2009, devido o avanço do mar.

O coordenador de Proteção e Defesa Civil, Adriano Assis, em entrevista ao jornal Folha da Manhã, explicou que o prédio já estava interditado e que a convocação dos proprietários para demolição tem como intuito evitar invasões nas dependências do clube, com risco de desabamento.

– Foi feito um chamamento para que o presidente e sócios possam realizar a demolição por conta própria. Se não acontecer, a gente vai dar prosseguimento e entrar com uma ação no Ministério Público para resolver a questão -, explicou Adriano.

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Foto: Robertinho Martins

Atafona é o segundo distrito do município de São João da Barra, a 314 quilômetros do Rio de Janeiro e que faz parte da Região Norte Fluminense. Situado na foz do Rio Paraíba do Sul, e por ter apresentado, nas últimas décadas, uma forte erosão costeira devida ao avanço do mar, diariamente sofre a perda de uma vasta parte de sua história que está sendo engolida pelo avanço do mar. No início dos anos 70, magníficos casarões foram sendo construídos, sendo o primeiro, da Indústria de Bebidas do empresário Hugo Aquino, na Rua Capitão Nelson Pereira e assim as águas do mar vieram invadindo trechos de praia mais próximos à foz do rio, destruindo tudo que estava a sua frente.

Segundo especialistas, o que acontece é um fenômeno de transgressão do mar, que nos últimos 35 anos avançou três metros a cada 12 meses. A cada ano o mar avança cerca de 3 metros.

Através de uma pesquisa, 15 ruas e cerca de 500 casas já foram engolidas pelo mar. Em apenas um ano, a violência do mar sumiu com uma área do tamanho de três campos de futebol.

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Foto: Robertinho Martins

Os moradores presenciam casas sendo destruídas durante os meses do verão, através de shows e empreendimentos voltados ao entretenimento. Com vida pacata durante boa parte do ano, visitantes ficam impressionados com o grande avanço do mar destruindo completamente casas de luxo, hotéis, comércio, igrejas, até o batalhão de polícia e o mais visitado Atafona Praia Clube.

Formando dunas através de ventos fortes, conforme o avanço da água, onde inúmeros quarteirões são cobertos e moradores ficam obrigados a abandorem suas casas.

A principal atividade econômica da região é a pesca. São cerca de 34 mil moradores na localidade, incluindo São João da Barra que tem um território de 432 quilômetros quadrados. O turismo não tem desanimado os moradores de modo que ansiosos esperam um maior número de pessoas para conhecer de perto e presenciar a ação da natureza na vida cotidiana da comunidade.

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Foto: Elder Amaral

O Atafona Praia Clube, situado na Rua Feliciano Sodré, 229, Centro de Atafona, já foi palco de diversos shows em especial aos bailes de carnavais que se transformavam em noites de muita folia divididos em quatro matinês.

De acordo com  doméstica Josimara Santana Freire, de 67 anos, o clube era sempre muito animado e contava com o brilhantismo do público. Nós dançávamos sem parar a cada minuto.

– Quando a música parava, a gente dançava com a nossa própria batucada. Eram tempos bons e que aproveitei cada minuto desses carnavais dentro do clube -, afirma Josimara destacando ainda que o melhor de tudo era no último dia, quando soavam os últimos acordes entre choro, suor e cerveja.

– Íamos com a banda para a beira da praia para dar um mergulho, para já pensar no próximo carnaval -, destacou com saudades Dona Santana.

O último Presidente foi Daltinho do Turismo, que realizou cerca de dois verões com alguns shows como Latino e É o Tchan, além de eventos da cidade como Axé Folia. Hoje, o quadro do clube é assustador e muitos vão ficar somente com as lembranças.

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Foto: Robertinho Martins